Porto Alegre, 26 de junho de 2023 – O Boston Consulting Group (BCG) divulgou um estudo que
aponta que para viabilizar as áreas prioritárias de uma agenda positiva de redução de emissões
deverão ser investidos US$ 100 bilhões em agricultura sustentável, bioenergia e soluções
baseadas na natureza até 2030.
“O investimento na agenda de baixo carbono no setor, que atualmente responde por 20% das
emissões nacionais, será uma oportunidade para que o agronegócio seja protagonista na agenda da
transição climática. A indústria tem pela frente o desafio de buscar um posicionamento relevante
no aspecto climático não somente para o Brasil, mas para o mundo como um todo. A articulação da
cadeia produtiva certamente viabilizará a materialização dessas oportunidades”, afirmou Arthur
Ramos, diretor executivo e sócio do BCG, e um dos autores do estudo.
O estudo mostrou que as iniciativas de agricultura sustentável métodos que utilizam processos
naturais para produzir melhores colheitas e capturar carbono podem envolver investimentos para o
maior uso de plantio direto, sistemas de irrigação eficientes, na recuperação de pastagens
degradadas e na mudança da infraestrutura de transporte de produtos agrícolas.
Essa transformação da forma de se trabalhar no campo deve gerar reduções de emissões de GEE
em mais de 200 Mton de CO2e carbono equivalente até 2030, desde que a demanda de US$ 75 bilhões de
investimento seja suprida. Embora já adotadas no Brasil, e como refletido no Plano ABC (Agricultura
de Baixa Emissão de Carbono), ainda há muito espaço para o agronegócio avançar no uso dessas
técnicas mais inovadoras.
Outra frente que pode ser explorada é o aproveitamento e o fomento de soluções baseadas na
natureza (NBS), que visam mudanças de comportamento no campo para usar os recursos naturais de
forma mais sustentável. Atualmente, o Brasil é o principal país em potencial de mitigação de
emissões nessa frente, podendo mitigar até 1.500 Mton de CO2e até 2030 a partir da expansão
destas soluções, alavancando todo o potencial de suas florestas.
A bioenergia é o terceiro pilar que receberá a atenção dos investidores nos próximos anos.
O Brasil já é uma referência mundial na geração de energia limpa: em 2023, por exemplo, 42% da
matriz energética do Brasil será formada por fontes renováveis, e existem alguns programas
nacionais de incentivo à produção a partir de fontes de baixo impacto, como RenovaBio, Metano
Zero e Combustível do Futuro.
A análise do BCG conclui que as diferentes alavancas relacionadas a agricultura sustentável,
NBS e bioenergia podem levar a redução total de até 1.800 Mton de CO2e até 2030. Para se ter uma
noção da magnitude do impacto, tal montante equivale ao total de emissões reportadas pelo Brasil
em 2021 em mudanças do uso da terra e agricultura (que representam cerca de 80% do total de
emissões do país).
“A agricultura tem um papel fundamental na economia do Brasil e com certeza será um dos
protagonistas na agenda climática. A transição para uma indústria mais sustentável demonstrará
o potencial do agronegócio brasileiro em manter sua incontestável posição de liderança global”,
concluiu o diretor executivo do BCG Arthur. As informações são da Agência CMA.
Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2023 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50