Porto Alegre, 29 de dezembro de 2014 – O ano de 2014 foi marcado pela
ampliação e manutenção de mercados no agronegócio brasileiro, com ênfase
em questões sanitárias e fitossanitárias. Dentre os países que abriram o
mercado para os produtos brasileiros estão: Rússia, México, Japão, África
do Sul, China, Coreia do Sul, Colômbia, Iraque, Irã, Egito e Tailândia.
Dentre as negociações, na área de produtos de origem animal, destacam-se
a abertura do mercado russo, grande importador mundial para. Em agosto deste
ano, a Rússia anunciou uma liberação recorde de estabelecimentos brasileiros
habilitados para exportar carne de aves, suínos e bovinos, miúdos de bovinos,
além de produtos lácteos para aquele país. Atualmente, o Brasil possui 162
estabelecimentos habilitados para exportar para a Rússia.
Este ano foi marcado ainda pelo início das exportações de carne suína
pelo estado de Santa Catarina ao Japão e de carne de frango para o México. Em
ambos os casos, o Brasil estava habilitado desde 2013 para exportar, mas foi
este ano que os embarques começaram a ganhar volume: para o Japão foram
exportados, entre janeiro e novembro, US$ 15,92 milhões em carne suína e para
o México, US$ 32,99 milhões em carne de frango.
Após nove anos de negociações, a África do Sul finalmente suspendeu o
embargo à carne suína brasileira. O embargo estava em vigor desde 2005, quando
o Brasil teve os últimos casos de febre aftosa. Além disso, a Colômbia
habilitou o Brasil para exportação de couro bovino, a Coreia do Sul, para
gelatina, Tailândia para o tabaco, e Iraque, para exportação de bovinos
vivos.
O registro de dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em
2012 e 2014, resultou no embargo à carne bovina brasileira pelo Irã, Egito e
China. Mas após negociações com as autoridades, os embargos também foram
suspensos este ano. Com a Arábia Saudita e Japão, as negociações
encontram-se em estágio avançado para a exportação do produto. Nestes casos,
com exceção do Japão, houve missões do Ministro da Agricultura Neri Geller
a esses países.
Contenciosos
O Ministério da Agricultura participou ativamente dos trabalhos de
preparação de contencioso contra a Indonésia para acesso ao mercado de carne
de frango, utilizando-se o sistema de solução de controvérsias da
Organização Mundial de Comércio – OMC. O país asiático, com população
aproximada de 250 milhões de habitantes, tem potencial comprador do produto
brasileiro, mas atualmente restringe o acesso ao seu mercado de forma
incompatível com as regras da OMC, segundo entendimento do governo brasileiro.
Além disso, o Mapa contribuiu para as negociações que resultaram na
assinatura do Memorando de Entendimento relativo ao Contencioso do Algodão
entre o Brasil e os Estados Unidos, encerrando uma disputa de mais de uma
década. O acordo bilateral incluiu pagamento final de US$ 300 milhões pelo
governo dos EUA, com maior liberdade para a aplicação dos recursos, o que
contribuiu para diminuir os prejuízos dos cotonicultores brasileiros. O acordo
firmado se restringe apenas ao setor cotonicultor, preservando os direitos
brasileiros de questionar a legalidade da Lei Agrícola norte-americana para as
demais culturas ante a Organização, caso necessário.
Promoção comercial do agronegócio
Com o objetivo de promover as exportações brasileiras em mercados
estratégicos, foram realizadas ações comerciais nos Estados Unidos, China,
Japão, Rússia, Canadá, África do Sul, Itália e Peru, que criaram
oportunidades de negócio para mais de vinte setores da agropecuária e
agroindústria. Entre eles estão: carne bovina, carne de frango, carne suína,
pescados, café, mate, chás, refrigerantes, energéticos, arroz, lácteos,
açúcar, frutas frescas, polpas e sucos de fruta, castanhas, água de coco,
cachaça, cervejas, vinhos e espumantes, chocolate, doces e confeitos, massas,
produtos de panificação, produtos apícolas, pratos congelados e outros
produtos de conveniência, conservas, molhos, temperos e condimentos.
Também foram realizadas ações de promoção da imagem do agronegócio
brasileiro junto à Organização Mundial da Saúde Animal e Codex Alimentarius,
abrangendo autoridades sanitárias de mais de 150 países. Com o objetivo de
dar visibilidade ao dinamismo e alto padrão tecnológico da produção
brasileira, foi realizado o VI Programa de Imersão no Agronegócio, voltado
para diplomatas estrangeiros em missão no Brasil. Igualmente, deu-se
continuidade ao programa de seminários “Agroex”, que tem o objetivo de
sensibilizar o setor produtivo para o comércio internacional, com vistas à
ampliação da base e da pauta exportadoras. Ao longo de sete anos, o programa
registra mais de 17 mil participantes em todas as regiões brasileiras.
Outro destaque em 2014 foi o encontro do Ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Neri Geller, com o Vice-Ministro de Relações Internacionais
do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Hisao Harihara, por
ocasião da visita do Primeiro Ministro do Japão, Shinzo Abe à presidenta
Dilma Rouseff. Como desdobramento do evento, foi realizado ainda 2014 o Primeiro
Diálogo Brasil-Japão sobre Agricultura e Alimentos, fórum de empresários e
representantes de governo que selou o início de um novo ciclo da relação
entre os dois países na área do agronegócio, visando a intensificação dos
fluxos de comércio, conhecimento e principalmente de investimento, com foco em
infraestrutura e logística. Ainda em relação a atração de investimentos,
2014 registrou avanços importantes em negociações com investidores da China e
Argélia.
Para 2015, o calendário preliminar de ações de promoção internacional
do agronegócio prevê a continuidade e reforço das ações nos Estados Unidos,
China, apão, Canadá, Rússia, Canadá, África do Sul e Peru, bem como a
ampliação da atuação no Oriente Médio, além de ações de imagem que
agreguem valor aos produtos brasileiros em mercados de referência,
particularmente no Japão e União Européia. Também está prevista a
participação do Mapa no pavilhão brasileiro da Expo Milão, exposição
mundial que ocorrerá entre maio e outubro na Itália, e que terá como tema
“Alimentando o Mundo, Energia para a Vida”. No Brasil, as ações previstas
incluem a ampliação do programa de seminários “Agroex” e continuidade dos
programas de imersão no agronegócio. Com informações da assessoria de
imprensa do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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