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AGRONEGÓCIO: Brasil está na vanguarda de digitalização e lidera uso de produtos biológicos

7 de agosto de 2023
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Porto Alegre, 7 de agosto de 2023 – Para atender a demanda de proteína animal, carboidratos e
fibras, levando em consideração o sequestro de carbono e a proteção de biomas, será preciso uma
quantidade de terras em hectares equivalente ao território do Brasil. Essa informação foi
divulgada pela consultoria McKinsey, durante o 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma
realização da Associação Brasileira do Agronegócio – ABAG, em parceria com a B3 – a bolsa do
Brasil, que acontece nesta segunda-feira, dia 7 de agosto, em São Paulo.

“Existe terra disponível, mas será muito mais cara devido à recuperação de terras
degradadas. E, o Brasil tem competitividade e potencial para contribuir com essa demanda”, disse
Nelson Ferreira, sócio sênior e líder global de Agricultura da Mckinsey & Company. Uma pesquisa
da consultoria com 5,5 mil produtores agrícolas revelou que o agro brasileiro está na vanguarda de
digitalização, com as propriedades rurais utilizando os canais digitais para aquisição de
produtos, insumos e máquinas.

Em agricultura regenerativa, o Brasil está liderando essa aplicação, tanto no plantio direto,
na Integração Lavoura-Pecuária, como no uso de fertilizante de taxa variável. Da mesma forma,
na área de controle biológico, bioestimulante e biofertilizante, o país é quem mais aplica esse
tipo de tecnologia.

Entre os principais desafios citados estão a taxa de juros, custos de transação, tempo de
processamento e exigência de garantia. “Por isso, as fintechs no setor de financiamento para o
campo estão crescendo”, pontuou. Em termos do uso de tecnologia de agricultura de precisão, o
Brasil fica em terceiro lugar, com 50%, atrás da Europa, com 62%, e da América do Norte, com 61%.
Contudo, o país lidera quando se trata do uso de hardware para agricultura de precisão e de
tecnologias relacionadas à sustentabilidade.

Solenidade de abertura

A Abag completou 30 anos, e ao longo deste tempo contribuiu para o desenvolvimento do agro
brasileiro. “Nosso setor cresceu em produtividade com tecnologia tropical e de baixa emissão de
carbono. A produtividade depende da tecnologia e de inovação, mas ainda não é suficiente, é
preciso políticas públicas que melhorem o ambiente de negócios, garantir investimentos e ampliar
o processo de inclusão”, ponderou Luiz Carlos Corrêa Carvalho (presidente da ABAG), durante a
solenidade de abertura do 22o Congresso Brasileiro do Agronegócio.

O século XXI tem trazido mudanças, com G7 perdendo o domínio na produção agrícola.
“Precisamos utilizar nossa habilidade para navegar entre ocidente e oriente, em um período onde a
colaboração começou a ser substituída por sanção. E, o Green Deal é o eixo central que, ao
invés de incrementar oportunidades, tem trazido imposições”, afirmou Carvalho.

Ele ressaltou ainda a importância governança e da inovação como chaves para o âmbito
público e o setor privado para o desenvolvimento sustentável do país e para o crescimento do agro
brasileiro”.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ressaltou a importância da parceria entre
indústria e agricultura. “Quanto mais forte o agro, mais ajuda a indústria, e quanto mais
desenvolvida for a indústria, mais tecnologia para o agro”, disse. Ele mencionou que está otimista
com o acordo entre o Mercosul e a União Euopeia, e afirmou que o BNDES vai disponibilizar R$ 5
bilhões com juros de TR para pesquisa, inovação e digitalização, e que o Brasil está liderando
o combate às mudanças climáticas.

O Estado de São Paulo já conta com 386 mil propriedades integradas ao Cadastro Ambiental Rural
(CAR), “O CAR será mais efetivo quanto mais automático for, e esse é nosso objetivo para
conseguir cadastrar todos as 415 mil propriedades rurais, a fim de ter acesso ao crédito mais
barato”, disse o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, que comentou ainda que São
Paulo fará regularizações de terras, com entrega de títulos para assentados, grandes, médias e
pequenas propriedades. “Precisamos garantir segurança jurídica para quem precisa trabalhar”,
pontuou. Por fim, ressaltou que haverá um resgaste da malha ferroviária paulista para escoamento
de safra, o lançamento do primeiro reformador para produção de hidrogênio a partir de etanol e
levar conectividade para o campo paulista.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, citou a necessidade de o país reconhecer
a grandeza e importância no setor agropecuário. “Sabemos da nossa responsabilidade com o meio
ambiente. No Brasil fizemos uma grande revolução graças à ciência e tecnologia. O
desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira pode e vai ser a salvação alimentar para
o mundo”, frisou, listando o crescimento da produtividade em mais de 500%, e da área ocupada em
140% nos últimos 50 anos.

Ele reforçou que o país tem a possibilidade de incrementar 40 milhões de hectares em área
plantada nos próximos dez anos. “Qual é o papel da agropecuária brasileira para gerar
crescimento, economia e oportunidades? Crescer de maneira sustentável sem precisar derrubar a
floresta, que é um ativo ambiental e essa é a nossa grande vocação”, disse Fávaro.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, enfatizou que, apesar do crescimento contínuo da capacidade de
produção do agronegócio brasileiro nos últimos anos, ainda há muito a evoluir, especialmente em
governança, inovação e investimento, área de atuação da B3 que, ao interligar o agro e o
mercado de capitais, posiciona-os como importantes aliados no desenvolvimento e evolução do setor
como um todo.

Essa aproximação é confirmada em números. Neste ano foi realizado o registro de mais de 100
mil CPRs (Cédula de Produtor Rural), com mais de R$ 216 bilhões em estoque, enquanto no ano
passado foram registradas apenas 110 mil CPRs. “Essas CPRs trazem segurança, transparência do
mercado e para os produtores e, na ponta final, se traduzem em maior facilidade de análise de
crédito, além de redução de custo de captação para quem toma dinheiro. É uma das muitas
formas inovadoras de funding do agronegócio surgidas nos últimos anos”, afirmou.

A solenidade de abertura contou ainda com as participações do governador de Goiás, Ronaldo
Caiado, da senadora Tereza Cristina, do deputado federal Pedro Lupion, presidente da Frente
Parlamentar da Agropecuária (FPA), de Jorge Viana (presidente da ApexBrasil, e de João Martins
(presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA).

As informações partem da assessoria de imprensa do 22o Congresso Brasileiro do Agronegócio.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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