Porto Alegre, 13 de outubro de 2015 – Qualificar a cadeia láctea para ser
competitiva para o mercado global é o objetivo das ações da Aliança Láctea
Sulbrasileira. Para estabelecer um plano de desenvolvimento integrado do leite
da região sul do País lideranças catarinenses reuniram-se, na última semana,
em Chapecó, com representantes do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA), Faesc, Epagri, Cidasc, Sindicatos dos Produtores Rurais,
cooperativas, Conseleite e Sindileite.
No encontro foram debatidas as ações dos cinco grupos de trabalho:
qualidade do leite e pagamento por qualidade; geração e transferência de
tecnologia e assistência técnica e qualificação profissional; saúde animal
e inspeção e conformidade legal; organização setorial, relações
institucionais entre os elos da cadeia e política tributária e desenvolvimento
industrial e de mercado. As definições dos três Estados do sul serão
apresentadas durante reunião da Aliança Láctea Sulbrasileira, no dia 22 de
outubro, no município de Castro (PR).
“Se realizarmos essas ações estaremos aptos para a exportação.
Atualmente, produzimos um bom leite, mas não temos uniformidade normativa entre
sanidade animal, leis estaduais e impostos”, observou o vice-presidente do
Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite) e
vice-presidente regional da Faesc, Adelar Maximiliano Zimmer. A intenção é de
que o MAPA consiga uniformar as exigências dos Estados para qualificar o
produto lácteo e com isso ingressar no mercado internacional.
O coordenador da Aliança Láctea Sulbrasileira e secretário adjunto da
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explicou que a
expectativa para 2023 é de que a produção brasileira de leite atinja 53
bilhões/litros/ano. “Atualmente, a produção é de 36 bilhões de
litros/ano, e a estimativa para 2023 é de um consumo de 43 bilhões, ou seja,
teremos um superávit de 10 bilhões/litros que se não for exportado a
produção não poderá crescer os níveis estimados”, argumentou. Entre os
possíveis mercados brasileiros para exportação estão Rússia, China e os
países emergentes.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) o recomendado para o
consumo humano é de no mínimo 200 litros por pessoa/ano. Atualmente, no mundo
são 7,2 bilhões de pessoas, com uma produção de 725 bilhões de litros de
leite, o que permite um consumo de 100 litros/leite/ano por pessoa, exatamente a
metade do recomendado. Neste contexto, há uma grande oportunidade de mercado a
ser conquistado pelo setor.
O sul do Brasil tem excelentes condições naturais (alto índice de
chuva, sol o ano todo e produtor qualificado na produção animal) para produzir
leite de alta qualidade com custo competitivo. Por isso, há necessidade de
organizar a cadeia produtiva para se tornar mais eficiente e chegar a todos os
mercados mundiais.
O objetivo da Aliança Láctea Sulbrasileira é tornar a cadeia produtiva
competitiva e exportadora, com qualidade do leite, reduzindo custo ao produtor,
ampliando a sanidade animal; profissionalização dos agricultores a partir de
assistência técnica e treinamentos. A meta é organizar as indústrias de
lácteos para melhorar a logística e eficiência do setor e eliminar as
diferenças tributárias dos Estados para impedir que o leite seja transportado
desnecessariamente de um Estado para o outro correndo atrás de vantagens
tributárias, o que gera custos ociosos.
PRODUÇÃO
Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do sul produzem aproximadamente 10,8
milhões de toneladas de leite por ano e as previsões indicam que esse número
deve chegar a 19 milhões até 2020.
A atividade leiteira vem ganhando espaço em Santa Catarine e se mostra
uma importante fonte de renda para mais de 50 mil famílias do meio rural.
Santa Catarina é o quinto maior produtor nacional de leite. Entre 2000 e 2013,
o aumento na produção foi de 190%, muito a cima da média nacional. O Estado,
que antes respondia por 5% do leite produzido no País, passou a ser
responsável por 8,5% de todo o leite brasileiro. Os números são ainda maiores
nas regiões oeste e sul catarinense, que cresceram 256% e 223% em produção
no mesmo período.
O oeste de Santa Catarina, noroeste do Rio Grande do Sul e Sudoeste do
Paraná são hoje as regiões que mais crescem em produtividade de leite no
Brasil. Com aproximadamente 300 mil produtores distribuídos por quase todos os
municípios, o sul é responsável por 33% da produção brasileira de leite. A
expectativa é de que em 10 anos, a produção aumente 77% chegando a 19,5
milhões de toneladas de leite/ano. As informações partem da assessoria de
imprensa da Faesc.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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