Porto Alegre, 11 de novembro de 2016 – Após uma queda acentuada de 34,5%
no valor exportado pelo agronegócio gaúcho em setembro, o mês de outubro
apresentou estabilidade registrando -0,11%. O volume comercializado teve
resultado negativo de 15,33%.
No primeiro semestre, o setor vinha apresentando um crescimento constante
nas vendas ao exterior, tendo seu ápice em junho, que antecedeu o movimento
contrário. O câmbio foi o principal responsável pela virada. Os dados estão
no Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio do RS, divulgado pela
Assessoria Econômica do Sistema Farsul, nesta quinta-feira, dia 10.
O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, lembra que os seis
primeiros meses do ano foram marcados por uma desvalorização do Real e preços
internacionais baixos. Isso permitiu que o produtor brasileiro garantisse bons
negócios, especialmente com a soja. A taxa cambial compensava o valor de
mercado do grão. “Esse cenário já vinha desde o ano passado, quando
alertamos que era a cotação que garantia a boa remuneração do produtor e
indicamos que ele travasse o preço”, recorda.
No segundo semestre o quadro é outro. Os preços no mercado internacional
vêm, gradativamente, apresentando alta, enquanto o Real se recupera. “A taxa
de câmbio em queda neutralizou a alta dos preços, ao contrário do que
acontecia na primeira metade do ano quando os preços baixos neutralizavam a
alta do câmbio”, comenta da Luz. O economista acredita que a retração nas
vendas em setembro e outubro esteja relacionada a dois fatores, “vendemos
muito no início do ano e, provavelmente, o produtor que tem estoque deve estar
esperando o melhor momento para comercializar”, pondera.
Esse quadro fica mais claro na comparação entre setembro e outubro. Mesmo
não havendo grande variação no total comercializado nos dois meses, quando
discriminados os grupos é possível identificar a redução nas vendas da
oleaginosa. O complexo soja fechou outubro com -29,3%, (US$ 100 milhões), mas,
no resultado final , a queda foi compensada por um expressivo aumento de 79,2%
(US$ 107 milhões) nas exportações do fumo e seus derivados.
Em relação a 2015, a diferença é ainda mais acentuada. O Rio Grande do
Sul vendeu 45,5% a menos de soja, e também apresentou queda em cereais (62,2%),
fumo (-1,3%) e produtos florestais (-7,4%). O destaque positivo ficou com a
carne suína, com 18,4%. Na comparação entre outubro do ano passado e deste, a
diferença é de -22,2%, aproximadamente US$ 240 milhões. O valor acumulado do
ano foi de US$ 9,577 bilhões, registrando -5,61% menos que no anterior. O
volume também teve resultado negativo de -5,4%.
O agronegócio exportou 1,027 milhão de toneladas no último mês. Em
valores, atingiu US$ 834 milhões, respondendo por 66,6% do total comercializado
pelo Estado. O saldo da balança comercial do setor fechou em US$ 745 milhões,
influenciado também pelo aumento das importações. Outubro registra 55% de
acréscimo na compra de produtos do exterior, na comparação a 2015. A China
continua sendo o principal parceiro comercial do agronegócio gaúcho, com a
38,6% (US$ 3,358 bilhões).
Entre os produtos que colaboram para o aumento das importações, os dois
principais são arroz e trigo. O primeiro teve um aumento de 143,29% no valor e
o segundo 29,43%. Para da Luz, os motivos dos crescimentos são diferentes,
“No caso do arroz é por uma questão climática, as perdas na lavoura em
razão das chuvas geraram as compras. Já para o trigo, o preço do mercado
internacional está muito baixo e o Governo Federal tem sido lento demais para
tomar medidas de apoio ao setor”, afirma. As informações partem da
assessoria de imprensa da Farsul.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2016 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.250,00Milho Saca
R$ 71,00Preço base - Integração
Atualizado em: 15/05/2025 09:30