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AGRONEGÓCIO: Frutas e cafés especiais são oportunidades nos países árabes

17 de fevereiro de 2022
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Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2022 – Os Emirados Árabes Unidos (EAU)
já são um mercado consolidado para o Brasil no setor de carne de frango,
bovina e de açúcar: a balança comercial do país com os EAU teve superávit
de US$ 1,3 bilhão em 2021, alavancada principalmente por estes três produtos.
Atualmente, 70% da importação de aves dos EAU são do Brasil. Do total de
produtos exportados para o país árabe – que é um hub para entrada de
produtos brasileiros para os demais países do Oriente Médio – 30% é
referente ao frango, 11% ao açúcar e 9% de carne bovina. Porém, há ainda
bastante espaço para ser explorado na região para produtos como frutas, cafés
especiais e cooperações na área de tecnologia e inovação, especialmente
nos setores aeroespacial, energia, petróleo e gás e agronegócios. É o que
apontam a Chefe de Operações do escritório da Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Dubai, Karen Jones,
o analista de negócios da Agência na região, Antonio Lopes e o embaixador
brasileiro em Abu Dhabi, Fernando Igreja.

Instalado em Dubai desde 2006, o escritório da ApexBrasil funciona como um
centro de logística e de negócios para os pequenos e médios empresários
brasileiros ávidos por ampliar seu mercado para o Oriente Médio e o Norte da
África e para investidores árabes que querem investir no Brasil. A Agência
fornece inteligência de mercado e aproximação entre Brasil e países árabes,
ajudando os empreendedores brasileiros a detectarem as melhores oportunidades
para entrar no mercado árabe, promovendo a aproximação entre produtores e
distribuidoras nacionais e pontos de venda e prestadores de serviços na
região, apoiando a instalação das empresas com informações do ambiente.

Comparado a países da Europa, por exemplo, os EAU são um mercado muito
vantajoso para o rápido fechamento de negócios, uma vez que a produção local
é escassa, devido ao clima e ao solo desértico e desnutrido, além de uma
legislação que facilita a entrada de empreendedores estrangeiros,
especialmente a partir de acordos realizados com o Brasil a partir de 2016, como
a isenção de vistos para brasileiros e de imposto sobre repatriação de
lucros, o que evita a bitributação. Há ainda 40 zonas francas instaladas em
todo os EAU. “Dubai agrega hoje gente do mundo todo, é bastante cosmopolita,
por isso absorve novas tendências de consumo muito rapidamente”, acrescenta
Karen.

Cafés

“Apesar da alta concorrência de cafés do mundo todo para entrar nos
países árabes, o Brasil produz um café diferenciado, de alta qualidade, de
médio corpo e baixa acidez. E, apesar do alto custo com transporte de lá para
cá, que encarece o produto, o público consumidor dos Emirados Árabes tem
condições de pagar e valoriza produtos especiais como os cafés gourmets
brasileiros”, explica Lopes.

Para incentivar a exportação do café, a ApexBrasil desenvolveu, em
parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), o projeto
setorial “Brazil. The Coffee Nation”, que visa a promoção comercial do
produto brasileiro no mercado externo. Atualmente, EAU e Arábia Saudita são
mercados-alvo para ações com cafés crus especiais, e nos Emirados as ações
abrangem também os produtos da indústria de torrefação e moagem. No último
mês de janeiro, empresas brasileiras participaram da feira World of Coffee, em
Dubai, que rendeu US$ 2,63 milhões em negócios para brasileiros. Ao todo, 19
marcas que atuam com cafés especiais, categoria mais alta de qualidade para o
produto, foram ao evento. Além dos negócios já fechados, a expectativa é que
mais US$ 20,72 milhões sejam gerados ao longo dos próximos 12 meses.

Outra ação importante da ApexBrasil para a promoção de café e outros
produtos do setor de alimentos e bebidas é o apoio a empresas brasileiras para
instalar estandes em feiras internacionais, que dão visibilidade à marca e
promove o fechamento de novos negócios. É o caso da Gulfood, maior feira de
alimentos e bebidas do Oriente Médio, que está acontecendo nesta semana em
Dubai, com mais de 114 empresas brasileiras presentes.

Frutas, tecnologia e inovação

O setor de frutas também tem grande potencial de crescimento. “O País
precisa aumentar o volume de exportação de frutas. O Brasil explora pouco o
fato de que o que entra nos EAU vai para outros lugares: além dos países do
Golfo, tem a Ásia Central, a India e a África Oriental. E o produto
brasileiro é altamente competitivo. Apesar de o transporte encarecer o produto
– um mamão brasileiro, por exemplo, pode ser três vezes mais caro do que os
de outros países mais próximos comercializados na região – a qualidade é
bem superior, e o Oriente Médio tem um mercado consumidor disposto a pagar mais
por um produto melhor”, reforça o embaixador do Brasil em Abu Dhabi,
Fernando Igreja.

Além disso, o embaixador aponta a oportunidade que há para uma maior
cooperação no setor de tecnologia e inovação. “O objetivo da embaixada é
buscar meios de promover esta cooperação. O Brasil tem startups que apresentam
soluções interessantes, como uma que desenvolveu uma tecnologia que
identifica vazamentos em oleodutos. A Embrapa também é uma instituição de
destaque internacional”, pontua Igreja, que está no cargo há quase cinco
anos. “Desde que entrei até hoje, a relação entre Brasil e EAU amadureceu
bastante e hoje são parceiros estratégicos. Tanto que mesmo em 2020, quando
estourou a pandemia, não houve redução de exportações para os EAU”,
conta.

Parceria estratégica

Os países árabes foram o terceiro maior mercado do Brasil no exterior em
2021, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Destacam-se o avanço das
exportações para o Bahrein, cujas vendas aumentaram 222,5%, atingindo US$ 1,7
bilhão, principalmente em função do minério de ferro, e o crescimento dos
embarques para Omã, com US$ 1,3 bilhão e alta de 117%, também motivada pelo
minério de ferro.

Os Emirados Árabes Unidos foram o país árabe ao qual o Brasil mais
exportou, com US$ 1,75 bilhão, seguidos por Arábia Saudita, com US$ 1,71
bilhão, e pelo Bahrein. Omã e Egito ocuparam, respectivamente, a quarta e a
quinta posição como mercado do Brasil entre os árabes, com US$ 1,35 bilhão e
US$ 1,32 bilhão. Os produtos vendidos aos árabes que geraram maior receita de
exportação foram o minério de ferro (US$ 3,4 bilhões), seguido pelo
açúcar (US$ 2,08 bilhões), pela carne de frango (US$ 2 bilhões), pela carne
bovina (US$ 698 milhões) e pela soja (US$ 635 milhões).

As informações partem da assessoria de imprensa da Apex Brasil.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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