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AGRONEGÓCIO: Infraestrutura e suprimento preocupam indústria de SC, aponta Sindicarne

30 de janeiro de 2023
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Porto Alegre, 30 de janeiro de 2023 – A crise de grãos que afetou o mercado em 2021 não se
repetiu em 2022, mas, para 2023, está prevista grande exportação de milho brasileiro para a
China. O problema do superencarecimento do milho ameaça a vasta cadeia produtiva da carne, que vem
tendo crescente protagonismo internacional – hoje, a cada três frangos consumidos no mundo, um é
brasileiro – de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado
de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior.

O dirigente lembra que, em 2022, a crise de grãos não se ampliou, mas também não houve
diminuição de pressão nos custos de produção. Foi um ano de movimentos laterais. Sem
desabastecimento, mas sem redução na média geral de preços. Este fato foi responsável por parte
relevante nas margens reduzidas do setor, que ainda precisou lidar com a baixa capacidade do poder
aquisitivo interno e global.

Ribas aponta que, à medida que as exportações de grãos são facilitadas, criam-se desafios
adicionais para a indústria nacional. “A conta é muito simples, exportar uma commoditie, como
grão, gera menos retorno ao País do que transformá-lo em proteína animal e avançarmos na cadeia
de agregação de valor, criação de empregos, riquezas e desenvolvimento”, avalia.

Ele não defende intervenção de mercado, mas propõe a criação de facilitadores para o
desenvolvimento da agroindústria brasileira, incentivando o empreendedor rural e agroindustrial
porque “é a fórmula mais rápida e eficiente para alavancar o desenvolvimento do país”. Alerta
que o setor não pode ficar exposto às competições desequilibradas e anos seguidos de margens
reduzidas, que geram desinvestimentos, envelhecimento do parque industrial e, consequentemente,
perdas de competitividade. Inevitavelmente, estes custos adicionais chegarão ao consumidor.

“O país não para de bater recordes de produção e produtividade, mas o governo não faz a sua
parte. As deficiências de infraestrutura e os gargalos logísticos precisam ser resolvidos. O
Brasil criou uma malha logística competente para exportar grãos, mas não implantou nenhuma
ferrovia, por exemplo, para trazer o grão onde se produz o suíno e o frango”, explicou o
presidente da Sindicarne/SC.

José Ribas anota que a indústria nacional precisa de investimentos em modernização e
eficiência para manter a competitividade e ampliar a sustentabilidade. Por isso, defende a reforma
tributária, o acesso a crédito e a desoneração do sistema de produção.

Analisando especificamente o estado de Santa Catarina, observa que a competividade tem um grande
desafio: buscar dois terços da demanda de grãos em outras regiões do Brasil ou do exterior, fato
que encarece todo o sistema de produção. “Não há ferrovias, a malha rodoviária está há mais
de 30 anos defasada e as exportações – alavanca da economia barriga-verde – precisam passar por
uma BR-470 que é um desrespeito à vida e aos catarinenses”, disse.

Ribas Júnior reconhece que as soluções não são simples. Porém, a iniciativa privada, se
dadas as condições, pode superar todos os desafios e entregar aos consumidores alimentos com
competência. Entretanto, o papel do Estado é fundamental para destravar projetos e criar uma
logística minimamente capaz de suportar a demanda com custos e sustentabilidade adequados. O setor
está presente e atuante nestas agendas juntos aos Governos Estaduais e Federal e aos representantes
legislativos.

Segundo Ribas, o ano de 2023 poderá ser marcado pela recessão nos Estados Unidos e na Europa,
baixo crescimento econômico e instabilidade política em decorrência da guerra Rússia – Ucrânia.
Esse contexto irá de alguma forma repercutir no mercado mundial da proteína animal. As incertezas
e instabilidades globais trouxeram recessão e inflação para os países Europeus, EUA e China. As
duas maiores economias mundiais vivem momentos de desaceleração econômica e de crescimento.

“O Brasil pode, neste cenário, ampliar mercados porque tem qualidade, sanidade,
sustentabilidade e custos para isso. Pode ser parceiro na produção de alimentos e ajudar na
contenção da inflação global. Acredito que estamos num momento importante deste processo. Não
podemos perder a oportunidade. Algumas questões ambientais precisam ser mais bem trabalhadas e
demonstradas para robustecer nosso potencial e ampliar mercados”, disse.

Para o dirigente, a deficiente infraestrutura e as más condições das rodovias continuarão
impactando a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Ainda reforça que investimentos
estruturantes estão atrasados ou ainda presos a discursos políticos. “Em 2023 governos Estaduais e
Federais precisam um olhar de investimentos urgentes em rodovias, ferrovias, modernização das
estruturas oficiais e da legislação brasileira. O Brasil não perde oportunidades de perder
oportunidades”, completou.

O presidente do Sindicarne/SC acredita fortemente nas Parcerias Público-Privadas. Defende que
sejam destravadas as parcerias, ficando com o Estado o plano estratégico. Observa que o custo
Brasil, comparativamente, a outros países, é desmotivador de investimentos. “Há situações em
que suportamos perdas até duas vezes maiores que nossos concorrentes internacionais”, encerra Jose
Antonio Ribas Júnior. As informações são da assessoria de imprensa do Sindicarne/SC.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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