Porto Alegre, 25 de janeiro de 2016 – O mercado do leite terá um ano de
estagnação. Os preços de referência anunciados pelo Conselho Paritário
Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite) para este
mês de janeiro evoluíram apenas um centavo por litro. O excesso de chuva dos
últimos meses afetou a qualidade das pastagens e reduziu a oferta, mas, a
demanda também caiu em razão do verão.
O Conseleite projetou os valores do leite padrão no mês de janeiro,
registrando leve aumento, passando para R$ 0,9406. O leite acima do padrão
ficou em R$ 1,0817 e, abaixo do padrão, R$ 0,8551.
O vice-presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC) Adelar Maximiliano Zimmer
observa que os preços não apresentam variações significativas desde junho no
mercado primário de produção de leite. “Essa situação se complica e se
agrava pelo aumento dos custos de produção – energia elétrica,
combustíveis, mão de obra, suplementos minerais e fertilizantes”, assinala o
dirigente.
“Em face desses aumentos nos custos não há espaço para mais redução
dos preços pagos aos criadores de gado leiteiro”, assinala Zimmer. Lembra que
a melhoria de preço obtida nesse mês é insuficiente para repor as margens
ideais de lucratividade.
As avaliações do dirigente indicam que os preços dos lácteos não
subirão nos próximos meses por uma série de fatores. Há, no momento, uma
ampla oferta global de lácteos. Os preços das commodities se mantiveram
relativamente estáveis durante o mês passado e os grandes compradores de
lácteos têm uma boa cobertura para os próximos meses, com muitos produtos
disponíveis em estoque. Há também uma preocupação de que vários
importantes países importadores dependentes do petróleo – Argélia e
Venezuela, em particular – reduzirão as compras nos próximos meses. Uma
grande importação realizada pela Venezuela de leite brasileiro, no mês
passado, impediu queda nos preços do mercado interno.
A conjugação de fatores negativos – reajuste nos preços da energia
elétrica, combustíveis e de mão obra -, além da valorização do dólar
frente ao real, provocou perda do poder de compra do produtor de leite e gastos
elevados na composição dos insumos utilizados na produção.
POSIÇÃO
Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,8 bilhões de
litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem
leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle
do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000
produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4
milhões de litros/dia. As informações partem da assessoria de imprensa da
entidade.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 12/12/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,59Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.925,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.000,00Milho Saca
R$ 67,67Preço base - Integração
Atualizado em: 12/12/2025 10:10