Porto Alegre, 27 de outubro de 2015 – O mercado está baixista, com oferta
elevada e demanda fraca. O resultado é a queda na remuneração do produtor.
Essa situação não é privilégio catarinense: no plano nacional, o produtor
está recebendo 9,4% menos neste ano, em relação ao mesmo período do ano
passado e, no plano estadual, 6,5% menos, em valores reais. Os produtos lácteos
com maior valor agregado foram os mais afetados pelo quadro econômico, razão
pela qual caiu o consumo de iogurtes, queijos e leite condensado, entre outros.
Refletindo essa situação, o Conselho Paritário Produtor/Indústria de
Leite do Estado (Conseleite) anunciou os valores projetados para o leite
padrão no mês de outubro, registrando leve queda de -0,5%, ou seja, R$ 0,8935.
O leite acima do padrão ficou em R$ 1,0275 e, abaixo do padrão, R$ 0,8123.
Entretanto, no território catarinense os laticínios pagam acima do valor de
referência. A maior indústria láctea da região oeste, por exemplo, pratica
R$ 1,05 por litro do leite entregue na plataforma, incluso o frete e o Funrural.
O vice-presidente do Conseleite e vice-presidente regional da
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAESC) Adelar Maximiliano
Zimmer observa que os preços não apresentam variações significativas desde
junho no mercado primário de produção de leite. A expectativa é a queda de
preços ao produtor, situação que se agrava pelo aumento dos custos de
produção – energia elétrica, combustíveis, mão de obra, suplementos
minerais e fertilizantes.
O presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo analisa que, apesar da
abundância de leite no mercado interno e da redução do consumo, o Brasil
continua importando leite em pó do Uruguai e da Argentina criando uma
situação de oferta elevada. Por isso os preços não melhoram.
Os produtores de leite enfrentaram dois grandes obstáculos neste ano: a
baixa remuneração obtida na venda e o aumento considerável nos custos de
produção, especialmente no item mão de obra, com alta de 9,7% em
consequência, principalmente, do reajuste do salário mínimo, no início deste
ano.
A conjugação de fatores negativos – reajuste nos preços da energia
elétrica, combustíveis e de mão obra -, além da valorização do dólar
frente ao real, provocou perda do poder de compra do produtor de leite e gastos
elevados na composição dos insumos utilizados na produção.
POSIÇÃO
Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,8 bilhões
de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem
leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle
do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000
produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4
milhões de litros/dia. As informações partem da assessoria de imprensa da
Faesc.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 24/07/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 7,93Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.650,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 29/07/2025 08:25