Porto Alegre, 03 de junho de 2022 – A menor produção de laranja na
Flórida numa série histórica de dados de mais de 80 anos poderia se tornar a
grande oportunidade para produtores brasileiros, mas ao que tudo indica, cairá
de bandeja no colo dos mexicanos. Com apenas 40,2 milhões de caixas produzidas
na safra corrente a Florida’s Natural anunciou no último 17/05 a compra de
suco concentrado mexicano para ser adicionado à bebida que durante décadas
teve como principal diferencial o fato de ser 100% produzida nos Estados Unidos.
Em comunicado distribuído aos produtores de laranja daquele Estado, o
presidente da empresa Bob Behr afirmou que a intenção inicial era incorporar
suco de laranja não concentrado de origem brasileira. Porém, a quantidade de
sólidos presentes na bebida brasileira não seria suficiente para corrigir o
produto americano, que passa por sérios problemas de qualidade decorrente do
greening, doença que afeta a produção daquele País de forma drástica. A
única saída, segundo ele, é a incorporação de suco de laranja concentrado
mexicano. “Após cuidadosa consideração, começaremos a misturar o melhor de
nossos sólidos NFC da Flórida com o mais alto grau de concentrado de suco de
laranja mexicano em todos os itens de suco de laranja da marca Forida’s
Natural. Essa transição acontecerá entre meados de maio e junho”, afirmou
em nota.
A escolha do concentrado mexicano em detrimento ao brasileiro é uma
questão comercial. O suco de laranja mexicano é beneficiado por um acordo de
livre comércio com os Estados Unidos que, desde 2008, concede isenção total
de impostos enquanto o produto brasileiro é penalizado em 415,86 dólares por
toneladas. Agrava a situação as ações da Receita Federal do Brasil que,
desde 2019 cobram 34% de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica sobre o imposto
pago ao governo americano. “Essa é uma situação que tem penalizado a
indústria exportadora do Brasil que sempre foi líder naquele mercado e vê,
pouco a pouco um dos maiores clientes se perder para um concorrente que tem
jogado sobre as nossas falhas”, explica o diretor-executivo da CitrusBR,
Ibiapaba Netto, que representa a indústria exportadora de suco de laranja.
Segundo ele, a insegurança jurídica causada por essa ação, que se estende
por dois anos, já traz consequências. “O importador segue procurando as
melhores ofertas e o exportador as melhores oportunidades, mas para isso é
preciso segurança jurídica senão os negócios não acontecem”, comenta.
Segundo ele, é possível perceber interesse por parte da Receita Federal do
Brasil em resolver o problema que também tem sido analisado pelo Congresso
Nacional.
As informações partem da assessoria de imprensa da CitrusBR.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45