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AGROPECUÁRIA: Deficiência de energia prejudica indústria do oeste de SC

20 de janeiro de 2015
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Porto Alegre, 20 de janeiro de 2014 – As graves deficiências no
fornecimento de energia elétrica no grande oeste catarinense estão causando
pesados prejuízos aos setores industrial e agropecuário. Unidades industriais
e estabelecimentos rurais paralisadas e com perda de produção e produtividade
estão se tornando ocorrências frequentes na região, com perdas, inclusive, de
planteis.

No ano passado, essa situação provocou grande prejuízo de ativos
biológicos em pelo menos 30 mil aves perdidas, por semana, nos períodos mais
críticos de dezembro, janeiro e fevereiro. Neste ano já se chegou a 40 mil
aves. Além da perda econômica para avicultores e para as indústrias, a
mortandade frequente de aves e o calor excessivo trazem riscos de ordem
sanitária.

O presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente de
agronegócio da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) Mário Lanznaster
e o presidente da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc)
Marcos Antônio Zordan pedirão ao Governo do Estado a aceleração das obras da
Celesc na região.

A situação está se tornando crônica porque as quedas de energia no
oeste são maiores que a média catarinense. O Fórum de Desenvolvimento do
Oeste, coordenado pela Fiesc e Unoesc, constatou no ano passado que a região
teve os piores indicadores de todo o Estado: o DEC (tempo acumulado que as
unidades consumidoras ficaram sem energia) ficou 87% acima da meta e o FEC
(indica a quantidade de vezes que ocorreu interrupção no fornecimento)
registrou 74% acima da meta.

Lanznaster expõe que, além das deficiências, o alto custo da energia
elétrica prejudica a competitividade da indústria e encarece todos os produtos
manufaturados. Lembra que o setor industrial é responsável por
aproximadamente 46% do consumo de energia elétrica no Brasil.

O dirigente lamenta que os transtornos do setor produtivo com o suprimento
de energia elétrica nas vastas regiões agrícolas estão se tornando um pesado
custo adicional em um momento em que a avicultura e a suinocultura catarinense,
como grandes cadeias produtivas, estão perdendo competitividade em razão de
várias condicionantes como as deficiências logísticas de transporte, a falta
de mão de obra e os incentivos fiscais oferecidos por outros Estados, como
Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Por outro lado, o presidente da Ocesc Marcos Zordan salienta que a má
qualidade da energia elétrica na zona rural e o preço cobrado pelo consumo
encarecem a produção, especialmente em relação a energia utilizada em
armazenagem de grãos, resfriamento de leite e criatórios automatizados para
aves e suínos. A situação ameaça uma estrutura produtiva formada por cerca
de 200 mil estabelecimentos rurais que abrigam plantéis permanentes formados
por 150 milhões de frangos e 7,5 milhões de suínos.

Os criadores de aves são os mais prejudicados. Em face da escassez de mão
de obra na área rural e da otimização dos processos produtivos, está
ocorrendo crescente emprego da automação nos aviários, com equipamentos
automáticos de climatização em criatórios hermeticamente fechados. As
frequentes oscilações de tensão e as quedas no fornecimento têm causado
sérios prejuízos, com perda de equipamentos. Com a climatização sem
funcionar, as temperaturas próximas ou superiores a 40 graus causam alta
mortandade. Muitos desses casos resultaram em ações indenizatórias que
tramitam na Justiça.

Além do suprimento de energia elétrica, o problema se concentra na
qualidade das redes de distribuição. Os maiores percalços à produção, na
zona rural, situam-se nas propriedades rurais localizadas nas pontas das redes.
Ali, a má qualidade e as quedas constantes da energia causam a queima e a perda
de equipamentos, paralisando a produção.

ACELERAR

Lanznaster e Zordan querem que sejam acelerados os investimentos da Celesc
que estão em curso no oeste (mais de 90 milhões de reais) para a ampliação
do sistema de alta tensão. O objetivo é aumentar a capacidade de
transformação em 23% com mais 316 MVA. Os investimentos estão concentrados
nas linhas de transmissão e nas subestações instaladas na região. A Celesc
mantém no grande oeste 15 subestações (sete de 138kV e oito de 69 kV) com
capacidade instalada de 879 MVA. As obras da Celesc estão espalhadas em oito
frentes. Com informações da assessoria de imprensa da Ocesc.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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