Porto Alegre, 29 de dezembro de 2021 – Em artigo divulgado à imprensa, o
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
(FAESP), Fábio de Salles Meirelles, faz uma avaliação do setor ao longo de
2021. Acompanhe mais detalhes abaixo.
Resiliência e luta na defesa da agropecuária paulista
Em 2021, embora tenha registrado uma produção de grãos de quase 255
milhões de toneladas, sustentado o superávit da balança comercial brasileira
e as exportações de alimentos, biocombustíveis e commodities, constituindo-se
em forte pilar da economia nacional em meio à crise pandêmica, a
agropecuária vivenciou um ano de grande dificuldade. O Estado de São Paulo,
que representa cerca de 20% do setor no País, foi um dos principais polos de
resistência da atividade.
Num cenário ainda marcado pela Covid-19 e seus impactos, os produtores
rurais enfrentaram a dura crise hídrica, majoração tarifária da energia
elétrica, geadas, frio intenso e incêndios provocados pela seca. Diante de
tantos obstáculos, que chegaram a provocar perdas de até 100% em algumas
fazendas, é notável sua resiliência, coragem e eficácia para seguir
trabalhando e provendo, sem interrupção, as distintas cadeias de valores
dependentes da produção do campo. Tal conjuntura também exigiu mobilização
firme, incansável e dedicada da Federação da Agricultura e Pecuária do
Estado de São Paulo (Faesp), em múltiplas frentes de defesa setorial.
Uma das vitórias nessa luta refere-se ao atendimento, pelo Governo
Federal, do pedido de nossa entidade para estender até 31 de dezembro o prazo
para vacinação dos rebanhos bovinos e bubalinos paulistas contra a febre
aftosa, dando mais fôlego e tranquilidade aos produtores, ante a dificuldade de
compra dos imunizantes. Ainda na cadeia produtiva da pecuária, comemoramos
outra medida pela qual batalhamos muito: aprovação, na Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo, da lei que reduz a burocracia para a produção de
queijos artesanais, para os quais também pedimos a isenção do ICMS.
A Federação também se posicionou com muita firmeza frente aos ataques
internacionais à agropecuária brasileira, a começar pelo embargo chinês à
importação da carne, devido a dois casos atípicos isolados de vaca louca, que
acometeram animais velhos e não destinados à produção e que, conforme
atestou a Organização Mundial da Saúde Animal, não representam qualquer
risco. Por isso, solicitamos ao nosso governo a intensificação dos esforços
diplomáticos para a reversão da medida.
Repudiamos a forte pressão nos Estados Unidos, marcada pelo projeto de um
senador e pelo lobby da National Cattlemen Beef Association (NCBA), pela
paralisação das importações da carne brasileira, bem como a absurda proposta
da União Europeia de restringir a importação de nossos produtos
agropecuários, sob alegação de supostos problemas ambientais em nosso país.
Ora, temos uma das mais avançadas legislações ambientais do mundo e
produtores rurais exemplares em termos de sustentabilidade e proteção das
reservas florestais e de mananciais. Temos demonstrado que, além de
injustificáveis, esses ataques podem ser prejudiciais aos próprios países
detratores e seus povos, que não podem esquecer algo crucial: o Brasil ocupa o
primeiro lugar no ranking de exportadores de carne bovina e de aves e o quarto
lugar nas vendas mundiais de carne suína.
Em outra frente relevante de defesa da agropecuária, considerando que os
recursos do Plano Safra deste ano, embora substantivos, não atendem totalmente
à demanda do crédito rural, os impactos das geadas, incêndios e crise
hidroenergética e os juros mais elevados, encaminhamos uma série de
reivindicações e sugestões ao governo e ao mercado bancário, relativas ao
maior acesso dos produtores a linhas facilitadas de financiamento. Às
instituições financeiras e cooperativas, pedimos a prorrogação de contratos
realizados por parte dos produtores paulistas e que estejam próximos do
vencimento e/ou ampliação dos prazos e do parcelamento de pagamento e entrega
dos produtos.
Ao Governo Federal, preconizamos linha de crédito de recuperação de
cafezais danificados, disponibilizada com recursos do Funcafé, e criação de
outra, com prazo de reembolso e condições facilitadas, para viabilizar a
recuperação da estrutura produtiva e manutenção das atividades
agropecuárias atingidas pelas intempéries. Ao Executivo paulista, reiteramos a
necessidade de suplementação da subvenção ao prêmio do seguro rural. O
número almejado é de R$ 100 milhões, praticamente o dobro do que obtivemos em
2020.
Também ao governo paulista, solicitamos duas providências contingenciais:
prorrogação das parcelas dos financiamentos vigentes com recursos do Fundo de
Expansão do Agronegócio, com a transferência de prestações vincendas para
um ano após a última prestação prevista em contrato; e criação de linha de
crédito emergencial, com verbas do mesmo órgão, para recuperação da
estrutura produtiva e manutenção das atividades agropecuárias atingidas pelas
geadas.
Estamos trabalhando para ampliar a adesão do produtor rural à Nota Fiscal
Eletrônica e a utilização dos créditos do ICMS. Demandamos também
aprimoramento na forma de aproveitamento dos créditos e melhorias operacionais
no sistema E-credRural, o que certamente será uma conquista importante de nosso
setor.
O ano que chega ao fim foi realmente difícil, mas, em contrapartida,
referendou a capacidade de resistência, superação, trabalho e luta do meio
rural. São mulheres e homens corajosos, que jamais esmorecem ante as
adversidades e obstáculos. Por isso, é sempre muito gratificante a atuação e
mobilização permanente de uma entidade de classe dedicada à
representatividade e defesa dessa brava gente e do agronegócio. As
informações partem da assessoria de imprensa do Sistema FAESP-SENAR/SP.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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