Porto Alegre, 22 de junho de 2022 – Os produtores brasileiros de algodão
que visitaram a Ásia, entre 4 e 15 de junho, retornam ao País com boas
perspectivas de ampliar as relações comerciais, uma vez que o continente é o
principal destino das exportações da fibra nacional. A região concentra 99%
das vendas externas do Brasil e as projeções do mercado são de aumento da
demanda global por algodão. Bom para a cotonicultura brasileira, que está
entre as quatro maiores produtoras da fibra do mundo, com estimativas para a
safra 2022/2023 de totalizar 2.796 (mil toneladas) produzidas, segundo
relatório de safra de junho, divulgado pela Associação Brasileira de
Produtores de Algodão (Abrapa).
Além disso, o Brasil é o segundo maior exportador da pluma, atrás apenas
dos Estados Unidos. O intercâmbio comercial foi organizado pela Abrapa, em
parceria com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
e integra o programa Cotton Brazil, desenvolvido em parceria entre as três
organizações.
A missão comercial visitou Indonésia, Tailândia e Bangladesch. Os três
países, juntos, representam 21% do total embarcado para a Ásia na safra
2020/21, cerca de 498,5 mil toneladas da fibra. No ciclo atual (de agosto/21 a
abril/22), respondem por mais de um quinto de algodão brasileiro. Para o
presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, a visita aos três países, que são
grandes importadores da fibra brasileira, foi importante para avaliar a
confiabilidade do produto nacional nos respectivos mercados e o resultado foi
positivo. “Em todas as indústrias que visitamos e nas reuniões com o trade,
fomos muito bem avaliados, sobretudo na qualidade da nossa fibra que supera a
concorrência americana em muitos aspectos. Temos potencial de crescimento nos
próximos anos e esses países estão abertos ao nosso produto”, disse Busato.
“Temos tecnologia, pessoas e trabalhamos para crescer com qualidade e
sustentabilidade. Então as projeções são as melhores”.
Bangladesh
É o mercado que mais cresce na importação mundial da pluma, juntamente
com o Vietnã, mas que ainda compra pouco algodão brasileiro, comparativamente
com outros mercados produtores. Na safra passada, Bangladesch importou 270 mil
toneladas. No atual ano comercial, entre agosto de 2021 e maio de 2022, as
exportações para o mercado bengali somaram 184,0 mil toneladas. É o quinto
maior importador do algodão brasileiro, mas é o segundo maior importador
global da fibra. Não à toa, o Brasil está de olho em Bangladesh e trabalhando
para ampliar a abertura de mais mercado e o surgimento de novas oportunidades
de negócios. O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte,
ressalta que as indústrias têxteis de Bangladesh planejam expandir sua
produção e com isso precisarão de mais algodão do que já consomem.
“Estamos trabalhando para estreitar as relações e atender ainda mais o
mercado com a fibra brasileira”, afirmou. Meta viável ao que tudo indica.
Tailândia
Na Tailândia, foram visitadas indústrias, entre elas a maior compradora
do algodão brasileiro do país. Foi a oportunidade para os produtores
conhecerem mais sobre o processo fabril da empresa, identificando oportunidades
para aperfeiçoar o algodão exportado para os tailandeses. Chamou atenção dos
produtores o feedback do mercado tailandês sobre a evolução da fibra
brasileira. Tailândia está entre os países considerados prioritários pela
Abrapa. No ranking, é o oitavo maior importador mundial de algodão, com 130
mil toneladas na safra 2020/21. Desse total, o Brasil respondeu por 16% com o
embarque de 21 mil toneladas da pluma. Ficou perceptível aos brasileiros,
durante a visita, que a indústria têxtil tailandesa vive agora um período de
busca por mais eficiência e qualidade, recuperando-se dos impactos
pós-pandemia. O algodão tende a ser favorecido, pois o consumidor sinaliza
preferir tecidos com essa fibra natural.
Indonésia
A etapa na Indonésia, primeiro país visitado pela “Missão Vendedores”
também teve saldo positivo e com aceno de ampliação das relações comerciais
com os brasileiros. Para isso, basta que os cotonicultores sigam investindo na
melhoria dos indicadores de qualidade e na rastreabilidade do produto,
unanimidade na fala dos industriais visitados pela comitiva. Essa confiança
ajuda a explicar os bons números do comércio de algodão entre Brasil e
Indonésia. Em 2021, o País exportou 207 mil toneladas de algodão para a
Indonésia, que é o sexto maior mercado da pluma brasileira e o país com o
segundo melhor market share (41%). Neste ano comercial (de agosto de 2021 a
abril de 2022), já foram embarcadas para as indústrias indonésias 133,2 mil
toneladas da fibra nacional. Sexto maior importador de algodão no mundo, foram
501 mil toneladas na safra 2020/21, a Indonésia não tem previsão de ver sua
produção própria se ampliar. Diante do cenário, é outro potencial comprador
a aumentar seus pedidos para o mercado brasileiro.
A missão contou com grande apoio das embaixadas e adidâncias agrícolas
do Brasil em cada um dos países. Além da visita às indústrias, o Cotton
Brazil Outlook 2022 foi realizado nos países, atividade que reuniu o trade,
empresários e compradores da fibra, para promover a pluma brasileira e
consolidar o Brasil como firme fornecedor de algodão à Ásia. As informações
são da Abrapa.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2022 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45