SAFRAS (17) – O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior, acertou com o presidente da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Maurício Antônio Lopes, e a
diretoria técnica da instituição, os próximos passos para o fortalecimento
da parceria com os produtores de algodão do oeste da Bahia, fortemente
prejudicados pela alta incidência de pragas. A Embrapa está concluindo uma
série de estudos sobre as características, desafios, problemas e pleitos dos
produtores da região de MAPITOBA, em que se inclui o Oeste baiano e, com o
levantamento em mãos, fará nova rodada de conversas com o setor produtivo.
A grande preocupação dos cotonicultores baianos é dar sustentabilidade
à cultura do algodão, reduzindo os custos de produção a partir do
fortalecimento da pesquisa e da inovação no combate às pragas que castigam o
campo. A reunião, de cerca de duas horas, foi realizada nesta segunda-feira
(16) na sede da Embrapa, com a participação de representantes de associações
de produtores de algodão e de entidades de pesquisa. João Martins pediu a
“união de forças, com a participação da inteligência da Embrapa e foco no
algodão”.
O presidente da CNA reconheceu sua inquietude diante da situação, para a
qual defende soluções práticas e rápidas. Em uma demonstração de
conhecimento da realidade e boa vontade para com o setor, Maurício Lopes
respondeu que a Embrapa sabe da urgência dos produtores e prometeu iniciar o
diálogo com as lideranças da região assim que forem analisados os estudos que
ele espera sejam concluídos nesta semana. Lopes propôs que se repense a
parceria com a Embrapa, a partir de um novo modelo em que “a pesquisa pública
vai na frente, como uma locomotiva limpa trilho, abrindo caminho para a
participação do setor privado”.
Nova fronteira
O oeste baiano integra a nova fronteira agrícola do Brasil, denominada de
MAPITOBA, formada pelos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. No
momento, a EMBRAPA colocou 33 pesquisadores na região para avaliar in loco os
efeitos das pragas e doenças que atacam as culturas do milho, da soja e do
algodão. No entender do presidente da Fundação Bahia, Ademar Antônio
Marçal, que participou do encontro, “a geração de emprego e renda que vem
da produção agrícola pode ser comprometida devido ao surgimento de novas
pragas que atacam especialmente o algodão e a soja na região”.
Também presente à reunião, a presidente da Associação Baiana dos
Produtores de Algodão (ABAPA), Isabel da Cunha, disse que a cultura do algodão
está enfrentando um “ataque de pragas e doenças que só poderá ser
erradicada com uma ação conjunta da EMBRAPA e das associações de classe e
dos produtores. Teremos de caminhar juntos e encontrar soluções para reduzir
custos e aumentar ainda mais a produtividade”, propôs.
Pecuária e capacitação
A pecuária também foi tema de discussão no encontro. O presidente da CNA
destacou as dificuldades operacionais e tecnológicas enfrentadas pelos
criadores de gado de leite na Bahia, estado que detém um dos maiores rebanhos
de bovinos do país, mas precisa melhorar a assistência técnica específica
para o produtor de leite. Os dois presidentes reafirmaram o interesse em
fortalecer a parceria já existente entre a CNA e a Embrapa para buscar novas
tecnologias a serem utilizadas na produção de leite.
Já o Secretário-Executivo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR), Daniel Carrara, fez uma apresentação sobre os principais objetivos do
Programa de Capacitação Tecnológica para Técnicos e Instrutores Agrícolas,
projeto executado em conjunto com a Embrapa e outras instituições de ensino.
Desde 2011, foram capacitados 156 instrutores técnicos nas áreas de
piscicultura, ovinocultura de corte, bovinocultura de leite, silvicultura,
suinocultura e bovinocultura de corte, em aulas presenciais e à distância.
“Mesmo sendo um programa dinâmico, o número de técnicos capacitados é
ainda muito inferior à demanda do setor agropecuário”, finalizou. As
informações são da CNA.
(CS)
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50