Porto Alegre, 9 de março de 2022 – “Brasil e Turquia se complementam. De
um lado, um país expandindo rapidamente sua produção têxtil. De outro, uma
nação que ainda pode ampliar a área de cultivo de algodão de forma
sustentável”. A fala de M Hanefi Oksuz, presidente da maior indústria têxtil
turca, a Kipas Mensucat Isletmeleri AS, traduz bem o saldo final da Missão
Vendedores na Turquia, promovida pela Associação Brasileira de Produtores de
Algodão (Abrapa) no início de março.
A comitiva, formada por cotonicultores e exportadores da fibra, visitou
oito das maiores indústrias de fiação do país, localizadas nas cidades de
Gaziantep e Kahramanmara
presencial – o Cotton Brazil Outlook 2022 – , além de mesas redondas e
visitas técnicas.
A Turquia tem uma posição geográfica estratégica: conecta a Europa à
Ásia, o que favorece a indústria têxtil local, que pode transportar via
terrestre sua produção para os principais mercados europeus. O consumo de
algodão pelos turcos tem crescido 3,3% ao ano desde 2015/16, e as importações
aumentam 4,4% a cada novo ano comercial desde então.
Os números refletem o momento atual, caracterizado por novos investimentos
no aumento da capacidade industrial. “Conferimos in loco o quanto a Turquia
está se preparando para expandir ainda mais sua produção têxtil, e o quanto
conta com o Brasil para seguir esse caminho”, afirma o presidente da Abrapa,
Júlio Cézar Busato.
A Turquia tem sido parceira constante dos cotonicultores brasileiros. No
ano comercial 2020/21, o país importou aproximadamente 280 mil toneladas, 38% a
mais que no ciclo anterior. Com isso, se posicionou como o quarto maior
importador de algodão nacional, absorvendo 12% das exportações brasileiras da
pluma.
“Visitamos a produção têxtil turca e conhecemos o cotidiano de oito das
maiores indústrias nacionais. Essa oportunidade nos permitiu trocar
informações e identificar mais claramente as demandas do comprador turco de
algodão brasileiro”, observa Marcelo Duarte Monteiro, diretor de Relações
Internacionais da Abrapa.
A Missão Vendedores é uma iniciativa tradicional da Abrapa, que agora faz
parte do programa Cotton Brazil, desenvolvido pela associação para ampliar a
participação do algodão brasileiro no mercado global. A iniciativa é
realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Nacional de Exportadores de
Algodão (Anea).
Durante as visitas técnicas às fiações e ao longo dos dois eventos
realizados na Turquia, a Abrapa identificou pontos de melhoria e levou
informações relevantes para os industriais turcos. Um dos destaques foi o
sistema de rastreabilidade brasileiro, que permite que o comprador acesse os
dados de qualidade, sustentabilidade e origem do produto – fardo a fardo – via
QR Code ou código de barras.
Os empresários turcos receberam de forma positiva também os dados sobre
certificação socioambiental da pluma produzida no Brasil. “Gosto do algodão
brasileiro e percebo melhoria no produto a cada ano. Além disso, o mercado pede
por fibra sustentável, e vimos que o Brasil é o maior fornecedor desse tipo
de algodão no mundo”, afirmou Burak Ohrhan, diretor da Karacasu Têxtil.
Na safra 20/21, 84% da fibra nacional foi certificada pelo programa
Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa, que opera benchmarking com o
programa internacional Better Cotton. O Brasil é o maior produtor mundial de
Better Cotton, respondendo por 37% do volume total de algodão produzido dentro
desse padrão no mundo.
Esse reconhecimento é fruto da seriedade e da transparência do programa.
“São empresas terceiras, qualificadas e reconhecidas internacionalmente que
realizam de forma individualizada a certificação de cada uma das propriedades
ABR”, explicou Alessandra Zanotto, vice-presidente da Associação Baiana de
Produtores de Algodão (Abapa), durante a Missão à Turquia.
Além de fornecer um produto de boa qualidade, o Brasil cativou os
industriais turcos porque comprovou sua capacidade para continuar aumentando sua
produção de forma sustentável. “Somos o único país que ainda tem
disponibilidade para ampliar a produção sem precisar abrir novas áreas,
porque a maior parte do nosso algodão é cultivada na mesma área usada pela
soja”, pontuou Paulo Aguiar, presidente da Associação Mato-grossense de
Produtores de Algodão (Ampa), que também integrou a comitiva.
“Traçamos uma agenda de prioridades que envolverá um trabalho conjunto
entre produtores, pesquisadores, exportadores e governo com objetivo de
realizarmos as mudanças necessárias para que o algodão brasileiro permaneça
na vanguarda mundial de sustentabilidade, qualidade e rastreabilidade”,
assegura Busato. Com um consumo doméstico de aproximadamente 740 mil toneladas
ao ano, o Brasil já é hoje o segundo maior exportador da pluma, tendo
expandido em 130% a sua presença no comércio global. Atualmente, o País
exporta 23% do algodão consumido no mundo. As informações são da Abrapa.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2022 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 31/07/2025 11:10