Porto Alegre, 14 de junho de 2017 – Diante de frustrações em relação
aos preços e desestímulo dos produtores com a produção de arroz e visando
minimizar prejuízos para considerável parcela do setor, a Federação das
Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) está orientando
os produtores sobre premissas que devem ser seguidas para a safra 2017/2018.
Estas orientações, conforme a entidade, tem como máxima a priorização da
liquidez financeira, de forma a evitar uma imobilização do capital.
O presidente da entidade, Henrique Dornelles, salienta que os investimentos
a serem realizados para a safra devem ser somente os necessários de forma a
preservar o capital de giro próprio. Além disso, reforça que os produtores
devem estar preparados para preços não remuneradores no primeiro semestre de
2018, que é histórico. “A lavoura de arroz tem que caber dentro do bolso do
produtor e não o contrário. Capital de giro, seja de terceiros ou capital
próprio, será determinante para o sucesso da próxima safra”, observa.
Dornelles orienta também que os arrozeiros devem preservar ao máximo sua
situação com os agentes financeiros e buscar a inadimplência zero e
pontualidade, seja qual for o compromisso bancário, para não comprometer o
cadastro junto aos bancos. “Procure participar das decisões com o engenheiro
agrônomo relativas à formatação do cadastro no banco e priorize não
atrasar, custe o que custar, nenhuma conta, pois isto fragiliza o cadastro e
aumenta o risco da operação. Em tempos de seletividade do crédito, qualquer
cheque sem fundo compromete o cadastro”, explica.
Além das questões cadastrais, o produtor não deve perder de vista as
obrigações ambientais. Conforme o dirigente, nenhum banco financiará
empreendimento sem licenciamento ambiental, isso é uma regra totalmente
intransponível. Sobre o planejamento da área, a Federarroz está orientando
aos orizicultores que saiam das áreas de menor rentabilidade e maior risco,
priorizando os hectares mais nobres, pois isso permitirá uma racionalização
dos recursos e maior efetividade do emprego do capital de giro, mesmo que isso
acarrete em uma redução de área do arroz.
“A atividade não permite qualquer erro. Por isso é necessário se
procurar locais com maior rentabilidade e menor custo, seja com irrigação,
defensivos e que tenham maior potencial produtivo e com menor incidência de
invasoras”, destaca Dornelles.
Mesmo o produtor que quiser continuar na atividade, deve forçar a busca
por contratos com preços pré-fixados antes da safra no sentido de evitar
prejuízos. O presidente da Federarroz observa que se o setor possui
dificuldades por falta de renda é extremamente temerário seguir insistindo em
áreas que sabidamente poderão resultar em prejuízo.
Sobre as finanças, o dirigente alerta que o produtor que estiver
extremamente dependente do sistema financeiro, industrial ou das cerealistas,
certamente agravará as dificuldades, dele mesmo e dos demais, se não mudar a
atitude. “O produtor deve lembrar sempre que não basta ter capital para
terminar a lavoura, precisa ter capital para segurar uma parcela significativa
da safra para o segundo semestre”, indica.
A Federarroz também está indicando aos arrendatários que possuem valores
de arrendamento não condizentes com a realidade da cultura, que revejam e
renegociem os contratos. Outras premissas apontadas pela Federarroz, de acordo
com Dornelles, estão diretamente vinculadas à implantação da cultura e ao
trabalho direto na lavoura.
Em relação às sementes, o orizicultor deve procurar sementes
certificadas com a certeza que não vai trazer moléstias ao campo. Também se
recomenda que o controle de invasoras deva ser feito no momento em que elas
tiverem o menor porte possível mesmo que precise uma segunda aplicação.
Também é indicado o ajuste dos contratos de energia elétrica para o não
pagamento de demanda complementar ou o Faturamento de Energia Reativa.
Além disso, as premissas da Federarroz aos produtores reforçam a
necessidade de revisão do sistema de bombeamento, para que rotor e gaxeta
tenham o devido ajuste, mesmo que o levante tenha dimensões bastante baixas.
Ainda no preparo do solo, recomenda-se aos operadores que os tratores modernos
possuem uma rotação ideal de trabalho que vai de 1,5 mil a 1,8 mil Rotações
Por Minuto (RPM), o que na média consumirá menos que o trator andar sempre a
1,8 ou 2 mil RPM.
Complementando, Dornelles salienta que a agricultura brasileira mudou muito
desde década de 1990. “A terra e o trabalho já não são mais determinadores
do sucesso, tecnologia e capital é que fazem toda a diferença. Queiramos ou
não, essa é a realidade. Infelizmente a agricultura brasileira é
excludente”, finaliza.
Revisão: Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
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Atualizado em: 10/06/2025 09:50