Suinocultura

ARTIGO: A sucessão familiar na suinocultura

13 de maio de 2014
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Um estudo desenvolvido pela médica-veterinária Valesca Cecy Filippin, na região de Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, revelou que 45% dos filhos dos suinocultores entrevistados não se interessam pela atividade. O baixo interesse torna-se um grande problema na agricultura familiar, pois não há quem continue com as atividades da propriedade, influenciando na falta de mão-de-obra no campo.
Observamos, através do estudo, que a suinocultura enfrenta uma forte concorrente, que é a oferta de emprego na cidade. Muitos jovens, mesmo indicando que teriam um melhor rendimento trabalhando em casa do que na cidade, apontam que muitas vezes é melhor trabalhar fora pois nas atividades agropecuárias é necessário que a dedicação seja em tempo integral (trabalho nos finais de semana) e, além disso, no campo a remuneração é incerta. A cidade também oferece outras opções e facilidades não encontradas no campo, como melhor acesso ao estudo, ao entretenimento, à saúde, a uma vida social mais intensa, enfim, a uma série de vantagens que todos buscam – produtores ou não. Segundo Valesca, muitos filhos também abandonam a atividade suinícola por culpa dos próprios pais, que não aceitam novas ideias ou, então, que não incentivam os filhos a permanecerem na atividade. A pesquisa apontou que 27% dos pais não incentivam os filhos a continuar na suinocultura: a médica-veterinária observa que muitos produtores talvez não deixem claro o incentivo aos filhos, porém, gostariam que os descendentes continuem com a atividade.

Acredito que um dos pontos a ser trabalhado a favor da suinocultura é sua reestruturação, iniciando-se pela remuneração ao produtor.

Levando-se em conta que a pesquisa aplicada pela médica-veterinária abrangeu cerca de 18% dos produtores integrados de uma cooperativa no norte do Estado, faço referência ao sistema de produção integrado, em que o controle administrativo é realizado pelas integradoras e é necessário que haja um relacionamento mais aberto e transparente com o produtor por parte delas.

Destaco, assim, o Projeto de Lei da Integração – PL 6459/2013, de autoria da senadora Ana Amélia Lemos: este projeto oferece maior clareza na relação entre produtores e integradoras. O PL está pronto para ser votado em Plenário na Câmara dos Deputados. Porém, antes de ir à votação, precisamos de um acordo com as lideranças e Comissões (Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, e Constituição e Justiça e de Cidadania) para esclarecer que este é um assunto já debatido dentro dos setores (integradores e integrados) e que se faz necessário para a segurança dessas atividades. Estamos trabalhando em prol disso.

A pesquisa ainda conclui que a falta de infraestrutura e o difícil acesso às propriedades e o pouco ou a falta de incentivos por parte dos governantes também são motivos para que os filhos não permaneçam em casa.

São fatores que, além da baixa e/ou remuneração incerta, contribuem para o êxodo rural e a diminuição no número de sucessores no campo ou, neste caso, na atividade suinícola. Segundo a pesquisa realizada, 38% dos suinocultores entrevistados acreditam que não terão sucessores em sua atividade.

Em resumo, na minha opinião, além de tudo que aponta a pesquisa, o que faz alguém continuar ou encerrar um negócio, por mais que ame a atividade, é a rentabilidade do negócio. É importante que o negócio atenda aos anseios e à necessidade de crescimento patrimonial e qualidade de vida com todo o conforto que os produtores também gostam e carecem.

Artigo de Valdecir Luis Folador – Presidente da ACSURS e Conselheiro de Relações com o Mercado da ABCS.
Artigo escrito com exclusividade para o site Feed&Food: www.feedfood.com.br

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da ACSURS

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