Porto Alegre, 28 de outubro de 2022 – As entidades representativas do setor de biocombustíveis
na Argentina, Brasil, Colômbia, Paraguai e Uruguai lançaram nesta quinta-feira (27/10) o Manifesto
em Defesa dos Biocombustíveis como forma de expressar a firme convicção de que é essencial que
todos os governos promovam, de forma abrangente, a estratégia de transição energética pelo
desenvolvimento do setor, tanto para o transporte veicular, quanto para o aéreo, fluvial e
marítimo.
O Manifesto destaca a importância de definir marcos regulatórios que garantam o avanço dos
investimentos em biocombustíveis e pesquisas científicas e tecnológicas para que os países
possam cumprir os compromissos assumidos para a descarbonização no Acordo de Paris, aproveitando
as capacidades de suas cadeias agrícola e pecuária.
A América do Sul tem recursos fundamentais para ser líder mundial na produção de energia
limpa e renovável, contribuindo para reduzir a dependência da energia fóssil para movimentar a
economia. No entanto, esse atributo está longe de ser explorado em seu imenso potencial para
reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de setores cruciais como os transportes urbano,
interurbano, fluvial, marítimo e aéreo, destaca o Manifesto.
As associações destacam a importância de ações urgentes dos governos, das empresas e da
comunidade para impulsionar a transição energética. Precisamos de líderes e de parlamentos
comprometidos com essa nova agenda e um roteiro regional claro que consiga combinar com
responsabilidade as diferentes rotas tecnológicas para a transição energética. O custo da
inação será muito maior do que a agenda de sustentabilidade mais ambiciosa que podemos imaginar.
A iniciativa representa um marco para que as entidades possam começar a atuar alinhadas na
construção de um plano de ação que apoie os setores de aviação, transporte marítimo e
transporte pesado a superar os desafios da descarbonização.
Ao final do documento, as entidades estabelecem seus principais alvos:
Defendemos a criação de marcos regulatórios estáveis e regras claras que proporcionem a
segurança jurídica necessária para aumentar o investimento no setor e, portanto, a expansão da
capacidade produtiva e a industrialização de áreas rurais nas Américas.
Defendemos roteiros claros e planejamentos energéticos de longo prazo que confirmem as escolhas
dos estados e suscitem a confiança dos investidores.
Defendemos a criação de um plano regional de transição energética em termos de financiamento e
alinhamento político face às alterações climáticas e aos recursos que a região dispõe para
enfrentá-las.
Defendemos que os governos dos países sul-americanos, juntamente com a sociedade civil, o setor
empresarial e parceiros internacionais, tomem medidas mais ousadas em consonância com a magnitude
das oportunidades e desafios enfrentados pela região e pelo mundo.
Defendemos que a América Latina se torne até 2050 uma região com a matriz de combustíveis
plenamente limpa, renovável e sustentável por meio de compromissos firmes, graduais e
inexoráveis.
Entidades signatárias
Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE)
Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO)
Alcoholes del Uruguay (ALUR)
Cámara de Biocombustibles de Argentina (CARBIO)
Cámara de la Industria Aceitera Argentina (CIARA)
Cámara Bioetanol de Maiz
Cámara Paraguaya de Biocombustibles y Energías Renovables (BIOCAP)
Cámara Panamericana de Biocombustibles Avanzados (CAPBA)
Centro Azucarero Argentino (CAA)
Federación Nacional de Biocombustibles de Colombia (FedeBiocombustibles)
International Air Transport Association (IATA)
União Nacional do Etanol de Milho (UNEM)
União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica)
DEPOIMENTOS
Temos a oportunidade de consolidar a América do Sul como o centro global da bioenergia e da
mobilidade sustentável, oferecendo ao mundo parte da solução para a descarbonização, com o
etanol e demais biocombustíveis. Para isso, precisamos consolidar políticas públicas que garantam
previsibilidade e segurança jurídica aos investidores, reconhecendo as externalidades positivas
ambientais e socioeconômicas dos biocombustíveis para a sociedade.
Evandro Gussi
Presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA)
É imperativo encontrar uma solução para a poluição e o impacto ambiental dos combustíveis
fósseis. A América Latina tem uma grande solução que requer políticas estatais alinhadas e
claras
Luis Zubizarreta
Presidente da Cámara de Biocombustibles de Argentina (CARBIO)
Os biocombustíveis existem há meio século e, mesmo diante das inúmeras vantagens econômicas
e ambientais, a expansão de utilização ainda se dá de forma demasiadamente lenta. A
mobilização das entidades é um alerta sobre a necessidade de derrubarmos barreiras e construirmos
regulamentações que permitam acelerar o processo. Estamos perdendo tempo.
André Nassar
Presidente Executivo da Abiove
A união de todas essas entidades mostra o senso comum e o reconhecimento de que é necessário
mobilizar as ações na direção de valorizar os patrimônios locais para produção de
biocombustíveis ao mesmo tempo que desenvolve toda a cadeia de valor envolvida, gerando emprego e
promovendo a economia, ao mesmo tempo em que se materializa como uma solução de curto prazo e
baixo investimento para uma transição efetiva da matriz energética mais limpa.
Francisco Turra
Presidente do Conselho de Administração da APROBIO
Esta declaração é um marco para a matriz energética global, em especial para a América do
Sul. As câmaras iniciaram um diálogo profundo sobre a concepção de novos paradigmas em energia
renovável regional. Estamos certos de que isto significa o início de uma revolução industrial
sul-americana em energia renovável e pode dar uma marca regional aos biocombustíveis. A Argentina,
o Brasil, a Colômbia, o Paraguai, o Uruguai, podem se desenvolver como um centro comercial e
logístico para a produção de energias limpas e renováveis. É o início de um caminho de ações
conjuntas para fortalecer as indústrias sul-americanas e propor políticas públicas firmes nesta
área. Unir forças é a melhor maneira de contribuir juntos para a redução dos Gases de Efeito
Estufa (GHG).
Erasmo Carlos Battistella
Diretor do Conselho de Administração da APROBIO
Esta declaração é um marco para a matriz energética regional. As câmaras iniciaram um
diálogo profundo sobre a concepção de novos paradigmas em energia renovável regional. Estamos
certos de que isto significa o início de uma revolução industrial sul-americana em energia
renovável e pode dar uma marca regional aos biocombustíveis. O Paraguai pode se desenvolver como
um centro comercial e logístico para a produção de energias limpas e renováveis. É o início de
um caminho de ações conjuntas para fortalecer as indústrias sul-americanas e propor políticas
públicas firmes nesta área. Unir forças é a melhor maneira de contribuir juntos para a redução
dos Gases de Efeito Estufa (GHG).
Massimiliano Corsi
Presidente da Câmara Paraguaia de Biocombustíveis (Biocap)
Como indústria, apoiamos o apelo aos governos latino-americanos para a implementação de
políticas públicas que apoiem o desenvolvimento de biocombustíveis, incluindo combustíveis de
aviação sustentáveis. Somos uma região rica em recursos naturais e temos enormes oportunidades
para liderar a produção e distribuição, atendendo aos mais altos padrões de sustentabilidade e
contribuindo com renda para economias locais, pequenos produtores e sociedades em geral. Os
biocombustíveis desempenham um papel fundamental, não apenas para as metas de descarbonização do
transporte aéreo, mas também para cumprir os compromissos dos estados no âmbito da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
International Air Transport Association (IATA)
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
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R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45