Porto Alegre, 10 de agosto de 2022 – No Dia Internacional do Biodiesel, celebrado em 10 de
agosto, a produção deste biocombustível enfrenta obstáculos para retomar a constante expansão,
como ocorria até 2021. A esperança do setor está no Congresso Nacional. A partir das eleições,
as bases parlamentares tanto do governo quanto da oposição serão recompostas e a retomada do
apoio federal à expansão dos biocombustíveis etanol, biodiesel, entre outros será incluído na
pauta de negociações entre o Legislativo e o Executivo. É o que pretende a Frente Parlamentar
Mista do Biodiesel (FPBio), que reúne senadores e deputados federais de vários partidos.
A FPBio entende que os biocombustíveis geram diversos benefícios diretos e indiretos em larga
escala. Mas, para tornar os biocombustíveis mais competitivos inclusive, em termos de preço ao
consumidor e logística de distribuição o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel e
outras políticas públicas precisam ser modernizadas.
Propostas nesse sentido estão em discussão na FPBio. Em razão das eleições, logo após o
anúncio dos(as) parlamentares eleitos(as), a diretoria da frente parlamentar irá dar os próximos
passos, ou seja, transformar as ideias em propostas legislativas.
Todas, ressalta o diretor da FPBio, João Henrique Hummel, serão debatidas com o poder
Executivo. E a intenção do setor de biodiesel é atrair para este debate representantes dos demais
biocombustíveis. Um caminho é promover articulações com outras frentes parlamentares, já que
boa parte delas compartilha a participação de deputados e senadores em seus quadros.
O dirigente da FPBio informa que as conversações com o Executivo independem das eleições e
já acontecem há muitos meses para que os ministros avaliem providências no sentido de
intensificar a produção e o uso do biodiesel, de modo a torná-lo mais competitivo em relação
aos combustíveis fósseis, e que seja possível retomar o cronograma de aumento sequencial desse
biocombustível ao diesel. Os ministros discutem e tomam decisões sobre o tema nos encontros do
Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Para convencer os novos parlamentares e o futuro governo, a FPBio recorre a estudos técnicos e
projeções setoriais. Os dados estão sendo abertos aos ministérios para que validem os números e
apresentam contribuições para criar indicadores públicos de acompanhamento dos reflexos positivos
do biodiesel em termos ambientais, sociais e econômicos para o país, afirma a FPBio. A
sinalização dos ministérios da Agricultura (MAPA), Meio Ambiente (MMA), Minas e Energia (MME),
Casa Civil tem sido positiva para o Brasil retomar as atenções à expansão do biodiesel e de
outros biocombustíveis.
Sobre o biodiesel, por exemplo, as organizações empresariais do setor mapearam e transformaram
em valor financeiro os impactos positivos da expansão da produção e do uso de biodiesel no
Brasil. O destaque desses estudos é que cada 1 ponto percentual de biodiesel adicionado ao diesel
gera movimentação econômica de R$ 30 bilhões anuais.
Este valor é estimado levando-se em conta uma série de externalidades geradas pelo biodiesel:
evita emissão de toneladas de poluentes no ar e, com isso, menos pessoas são internadas ou morrem
de doenças respiratórias; provoca efeitos que podem reduzir custo da produção de proteína
animal (suínos, peixes, frangos e ovos); agrega valor à soja; dá destinação econômica para
resíduos animais e vegetais; substitui parcela de importação de diesel pelo país e, assim,
internaliza geração de emprego e renda; entre outros pontos.
Ociosidade é preocupante
Até 2021, o teor da mistura de biodiesel ao diesel mineral vinha sendo aumentado
periodicamente. E deveria chegar a 14% a partir de 2022. No entanto, antes disso, o CNPE decidiu
limitar o teor em apenas 10% ao longo de todo o ano de 2022.
Apesar dessa decisão e como os investimentos no setor são de longo prazo, cada vez mais usinas
têm sido autorizadas pela ANP agência reguladora dos combustíveis a entrar neste mercado de
produção de biodiesel. Já são 57 instaladas em 15 estados, um investimento de mais de R$ 10
bilhões. Com a restrição a 10%, essas empresas atuam com ociosidade acima dos 50%
Não são apenas as usinas a verem os investimentos se transformarem em prejuízos por
acreditarem na manutenção do cronograma de adição crescente de biodiesel ao diesel. Cerca de 74
mil famílias de agricultores familiares fornecem matérias-primas para as usinas como resíduos
animais e vegetais e, com a ociosidade em alta na produção, essas pessoas, cerca de 300 mil, e
também cooperativas por elas integradas, veem a perspectiva de renda cair. As informações são da
assessoria de imprensa da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel.
Yasmim Borges (yasmim.borges@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 11/07/2025
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R$ 1.660,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 65,50Preço base - Integração
Atualizado em: 10/07/2025 09:50