Porto Alegre, 04 de maio de 2022 – “A Guatemala está pronta para aderir
a um programa de etanol e se juntar a mais de 60 países no mundo que já
utilizam o biocombustível em sua matriz de transportes. Criaremos, assim, um
mercado mundial para o etanol e transformarmos o biocombustível em commodity
com valor global”, destacou a embaixadora do Brasil na Guatemala, Vera Cíntia
Álvarez, na abertura da primeira edição do Sustainable Mobility: Ethanol
Talks Guatemala.
O evento, promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA),
em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), Arranjo Produtivo
Local do Álcool (APLA) e ApexBrasil, reuniu nessa terça-feira (03), na Cidade
da Guatemala, especialistas, autoridades e pesquisadores, do Brasil e da
Guatemala, para discutir os benefícios e os desafios relacionados à
implementação de uma mistura de 10% de etanol na gasolina pelo país da
América Central.
Durante a abertura, o ministro de Energia e Minas da Guatemala, Alberto
Pimentel, destacou que o Ethanol Talks possibilita uma oportunidade de
aprendizado com a experiência brasileira e contribui para o desenho de uma
política de utilização e mistura de etanol na Guatemala. “Produzimos
etanol, mas não o utilizamos. Deveríamos tirar mais proveito dos benefícios
do biocombustível, mas acredito que o futuro na Guatemala será muito mais
verde num curto espaço de tempo”, reforçou o ministro.
A Guatemala discute atualmente a implementação de um nível de mistura de
10% de etanol na gasolina. A realização dos seminários Ethanol Talks no
país tem como objetivo contribuir com a experiência brasileira na produção,
distribuição e uso do etanol nas mais diversas áreas, como política
pública, tecnologia, meio ambiente e saúde pública.
“Estamos vendo que, mais uma vez, esse formato do Ethanol Talks traz
ganhos impressionantes. Para nós brasileiros, fica reforçado o grande ativo
que temos no país, que é a produção, o consumo e o incremento desses parques
de bioenergia que nossas usinas estão se transformando. Por outro lado, é
fantástico ver como a gente pode contribuir com os países que desejam elevar
ou implementar a participação do etanol na sua matriz de transportes”,
ressaltou o presidente da UNICA, Evandro Gussi.
EMISSÕES EVITADAS
Atualmente, mais de 60 países no mundo já possuem mandatos que estabelecem
algum nível de mistura de etanol na gasolina. No Brasil, o uso de etanol por
quase 50% dos carros do Ciclo Otto (veículos leves) evitou a emissão de 600
milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Na Guatemala, com uma política efetiva que implemente a mistura de 10% de
etanol na gasolina é possível evitar a emissão de aproximadamente 250 mil
toneladas de CO2 anualmente. A medida contribuiria para o país centro-americano
atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. A meta dos guatemaltecos
é diminuir 11% de suas emissões globais de CO2 até 2030.
“A Guatemala é uma país que está pronto para iniciar um programa de
etanol. Há muito interesse do governo em ter uma matriz energética, uma matriz
de transportes mais limpa. Este evento que estamos organizando aqui tem tido um
resultado muito positivo e deve redundar em um processo contínuo de
colaboração entre os dois países, de estreitamento e fortalecimento da nossa
relação. Hoje é o início de uma longa caminhada, que esperamos que será
muito bem-sucedida”, ressaltou Eduardo Leão de Sousa, diretor-executivo da
UNICA.
De acordo com a diretora-executiva da Associação de Combustíveis
Renováveis da Guatemala (ACR), Aída Lorenzo de Juaréz, o potencial para
implementação de mistura é evidente, e o Brasil pode contribuir para tornar
essa política uma realidade. “Acredito que esse evento é muito importante
para nosso país porque abre os olhos de muitas pessoas que não conhecem o
tema, abre os olhos para todos os benefícios que poderíamos ter e que hoje em
dia não estamos tendo”, disse Juaréz.
PRODUÇÃO
O cultivo de cana-de-açúcar é um dos principais motores da economia
guatemalteca, com exportação de 70% da produção de açúcar – o país é o
sexto maior exportador do produto. A capacidade instalada para etanol é de 246
milhões de litros por ano. Para misturar 10% de etanol na gasolina do país,
são necessários 238 milhões de litros por ano. Há um excedente de melaço
que atualmente não é transformado no biocombustível.
CONVERSAS PELO MUNDO
Os seminários Sustainable Mobility: Ethanol Talks tiveram início em 2020,
na Ásia. Foram realizadas edições em Nova Déli (India), Bangkok
(Tailândia) e Islamabad (Paquistão). Os eventos reuniram especialistas
brasileiros para oferecer cooperação e transferir conhecimentos acumulados ao
longo dos mais de 40 anos de uso do etanol como combustível em larga escala no
Brasil.
Um dos resultados desse intercâmbio é o Memorando de Entendimento,
assinado no dia 21 de abril deste ano, pela UNICA e a Associação dos
Fabricantes dos Automóveis Indianos (SIAM). O documento prevê uma série de
iniciativas focadas em políticas para reduzir os níveis de emissão de gases
de efeito estufa a partir do uso de etanol. Também estabelece o intercâmbio de
informações sobre biomassa e acesso ao mercado e sustentabilidade dos
biocombustíveis, além da criação do Centro Virtual de Excelência em
bioenergia.
PROJETO
A ApexBrasil e a UNICA tornaram pública em fevereiro de 2008 uma
estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior,
em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas
entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados. O
projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e
demais derivados da cana-de-açúcar junto aos principais formadores de opinião
mundial – governos e meios de comunicação, bem como empresas de trading,
potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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