Porto Alegre, 23 de janeiro de 2015 – A União Europeia (U.E.) vem
discutindo um novo pacote de medidas sobre a energia e o clima a ser implantado
entre os anos de 2020 e 2030, com o objetivo principal de reduzir as emissões
de gases do efeito estufa (GEEs) no continente.
Contrariamente ao pacote anterior, que tem vigência até 2020, a nova
proposta não contempla nenhuma medida especifica de redução no setor de
transportes, responsável por cerca de 20% das emissões e classificado como o
segundo segmento mais poluente da U.E..
Considerando os riscos de deixar os transportes de fora do projeto e o que
esta exclusão poderia significar para o setor sucroenergético, a União da
Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) contratou um estudo junto à empresa de
consultoria europeia E4Tech, que mostra a evolução das emissões de GEEs
provenientes do transporte rodoviário no continente em 2030, considerando três
cenários para a evolução da Diretiva sobre Qualidade dos Combustíveis.
Os resultados preliminares foram apresentados pela E4Tech no evento
organizado pela UNICA em parceria com Apex-Brasil, em Bruxelas no dia 19 de
novembro de 2014.
Os dois primeiros cenários têm desfechos similares: uma redução de
emissões de GEEs em torno de 12% e 13%. O cenário um simulou as emissões na
ausência de metas obrigatórias de descarbonização dos combustíveis e o
cenário dois levou em consideração a continuidade da atual meta de 6% de
redução de intensidade de carbono dos combustíveis.
No terceiro cenário, comprovadamente o mais eficaz, considerou-se uma meta
de descarbonização dos combustíveis equivalente a 10%. Apesar de os
critérios de eficiência dos veículos serem os principais responsáveis pela
diminuição das emissões do transporte em 2030, uma medida dedicada aos
combustíveis resultaria em redução adicional equivalente a 21%, graças ao
uso de biocombustíveis sustentáveis.
Analisando os resultados do estudo, a assessora sênior da Presidência da
UNICA para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas, destaca que o etanol em
geral é o biocombustivel mais competitivo tanto do ponto de vista ambiental
como em termos econômicos, com um custo de 20 euros por tonelada de CO2.
“A União Europeia deveria promover este tipo de biocombustível, como o
etanol de cana-de-açúcar, em vez de querer limitar seu uso conforme o projeto
de revisão da diretiva sobre as energias renováveis. Se a U.E. quer mesmo
cumprir com a redução de 60% de emissões até 2050, algo precisa ser feito e
o uso do etanol é fundamental neste processo.”, explicou Kutas.
O diretor da E4Tech, Ausilio Bauen, também tem uma opinião parecida.
“Considerando que os combustíveis líquidos representarão 93% do setor
de transporte em 2030, a U.E. deve adotar uma abordagem integrada para o setor,
com medidas que promovam a descarbonização tanto dos combustíveis como dos
veículos” finalizou Bauen.
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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