safras

BIODIESEL: Entidades divulgarão manifesto pela expansão do setor brasileiro

4 de maio de 2022
Compartilhe

Porto Alegre, 04 de maio de 2022 – Destacadas entidades das cadeias
produtivas de soja e de proteína animal firmaram posição favorável à
expansão da produção e do uso de biodiesel, em reunião realizada HOJE, em
Brasília, com deputados da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), do
Congresso Nacional. Um manifesto público será divulgado, de modo a unificar o
discurso em torno do tema.

Com o endosso das organizações do agro e da bancada parlamentar do setor, a
FPBio pretende apresentar ao governo federal um planejamento voltado a
assegurar previsibilidade para a produção e uma proposta de cronograma para
que o país volte a aumentar o teor da mistura de biodiesel ao diesel derivado
de petróleo, hoje em apenas 10%.

Em abril, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o
governo federal estuda autorizar aumento do teor para 14% este ano e para 15% em
2023. “Produzir e usar mais biodiesel é questão de segurança energética.
É preciso reduzir a dependência externa de combustíveis fósseis e a
poluição que causam. Daí ser fundamental estabelecer logo este cronograma em
colaboração com o governo federal”, diz o presidente da FPBio.

Diretores da APROSOJA Brasil – Associação Brasileira dos Produtores de
Soja da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal e da ABCS –
Associação Brasileira de Criadores de Suíno consideram esta pauta
prioritária para impulsionar negócios e promover empregos e renda em várias
cadeias do agronegócio, além de contribuir para a segurança energética do
país, em razão do risco de escassez no abastecimento de combustíveis
fósseis, bem como para atenuar a emissão de poluentes desses mesmos
combustíveis.

Também participaram da reunião representantes da OCB – Organização das
Cooperativas do Brasil e da ACEBRA – Associação das Empresas Cerealistas do
Brasil; os deputados federais Pedro Lupion (presidente da FPBio), Alceu Moreira
(integrante da secretário geral da FPBio) e Danilo Forte (coordenador da Frente
Parlamentar em Defesa das Energias Renováveis); Francisco Turra, ex-ministro
da Agricultura e presidente do Conselho de Administração da APROBIO –
Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil; Júlio César
Minelli, diretor superintendente da APROBIO; André Nassar, presidente executivo
da ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais;
Donizete Tokarski, diretor superintendente UBRABIO – União Brasileira do
Biodiesel e Bioquerosene; Antonino Cardozo, presidente da Federação da União
das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES)
Alagoas; e representantes da ABRAPA – Associação Brasileira dos Produtores de
Algodão e da ABRAPALMA – Associação Brasileira de Produtores de Óleo de
Palma.

O presidente da FPBio ressaltou a importância da união das organizações
e dos parlamentares ligados ao agronegócio em torno de pautas comuns, que
valorizam o trabalho dos produtores e demais componentes das cadeias produtivas.
Pedro Lupion disse que outras entidades, que também se beneficiariam da
expansão da produção do biodiesel, serão mobilizadas pela FPBio, que reúne
cerca de 200 deputados e senadores.

Segundo o presidente da FPBio, a fabricação de biodiesel envolve desde o
plantio até o esmagamento de soja e a produção de óleo e farelo, além de
gerar oportunidades de negócio para 55 usinas em 14 estados e para 74 mil
famílias de agricultores familiares via o fornecimento de matérias-primas,
inclusive, resíduos animais (sebos e gorduras) e óleo já utilizado em outras
finalidades.

Além disso, a produção mais volumosa de biodiesel gera aumento da oferta
de farelo (resultado do esmagamento de soja, assim como o óleo). O farelo é
utilizado na ração animal e a maior oferta abre espaço para baixar o preço
da ração e do custo de produção de proteína animal (suínos, peixes,
frangos e até ovos), com possíveis reflexos na queda dos preços das carnes
para consumo interno e para a exportação.

Tanto é assim que Marcelo Lopes, presidente da ABCS, disse na reunião que
agregar valor à soja via aumento da produção de óleo de soja, de farelo e de
biodiesel favorece diretamente os criadores e os consumidores brasileiros –
que podem vir a pagar menos pelas carnes de suínos, peixes e aves, além dos
ovos. A produção de proteína animal, disse Lopes, enfrenta dificuldades em
relação ao alto custo, entre os quais, o da ração; enquanto isso, o país
exporta grande quantidade de soja em grãos, em vez de verticalizar uma maior
parte da produção, afirmou.

Marcelo Osório, diretor da ABPA, afirmou que a pauta do biodiesel “é
prioritária” e que as organizações setoriais precisam trabalhar em conjunto
“como engrenagens” de um mesmo mecanismo. O setor de biodiesel “pode
contar com apoio integral da ABPA”, afirmou.

Fabrício Rocha, diretor executivo da APROSOJA Brasil foi na mesma linha.
Ele disse reconhecer os diversos benefícios socioeconômicos e ambientais do
biodiesel para o país e os brasileiros e afirmou que sua organização é
favorável que o governo federal retome a agenda de elevar o teor da mistura de
biodiesel ao diesel derivado de petróleo.

Biodiesel estimula processamento e agrega valor à soja

Dados da ABIOVE mostram que a fabricação de biodiesel tem expressiva
contribuição para agregar valor à soja. De 2008 a 2021 o Brasil processou 502
milhões de toneladas de soja. O biodiesel foi responsável por 16% disso, ou
seja, 81 milhões de toneladas. “Se não existisse o programa de biodiesel, o
Brasil estaria processando 81 milhões de toneladas a menos”, disse André
Nassar, presidente executivo da entidade.

“Com a valorização da utilização do óleo de soja para produzir
biodiesel é possível equilibrar toda a cadeia da soja. Agregando mais valor ao
óleo, se consegue diminuir também o valor do farelo”, reforçou Júlio
César Minelli, diretor superintendente da APROBIO. “Precisamos realçar essa
cadeia produtiva e a necessidade de juntos somarmos forças para defendermos
essa política que não é só do biodiesel, mas de toda a cadeia na qual ele
está inserido”, completou.

Segundo Donizete Torkarski, diretor superintendente da UBRABIO, “o Brasil
é um grande exportador de soja em grãos. Precisamos transformar essa
matéria-prima em produto nacional, verticalizando a produção. E o biodiesel
não é somente uma energia liquida, ele não é só mais um combustível, ele
tem outras externalidades associadas”, ou seja, gera benefícios para a
qualidade de vida, para a saúde pública, para movimentar a economia e
contribui para o cumprimento, pelo Brasil, dos compromissos relacionados à
agenda climática global.

“Previsibilidade. O Brasil tem que ter previsibilidade. Precisamos ter uma
política previsível por no mínimo 10 anos”, afirmou o deputado Alceu
Moreira. Segundo ele, o Brasil precisa ter uma “pauta nacional, pauta de
Estado. E aí sim pelos mais diversos setores, como o biodiesel, é possível
estabelecer quais as ferramentas públicas que utilizará para desenvolver cada
setor”.

Para o deputado Danilo Forte, “o biodiesel é uma questão de soberania
nacional” em termos de energia. Não tenho dúvidas de que o melhor caminho
para diminuir as desigualdades regionais do Brasil é fortalecer as energias
limpas. Precisamos criar alternativas no Brasil. Temos que pautar o Brasil para
esse futuro”.

Na reunião, a FPBio demonstrou às organizações do agronegócio estudos
que indicam que cada 1 ponto percentual de biodiesel adicionado ao diesel
representa uma movimentação extra na economia equivalente a R$ 30 bilhões
anuais. Segundo Lupion, é estratégico reduzir a dependência das importações
de diesel e substitui-lo gradativamente pelo biodiesel, como vinha sendo feito
até 2021. Significa, na prática, trocar milhões de dólares gastos para criar
negócios e empregos em outros países com a importação, por investimentos no
biodiesel nacional e, assim, internalizar a geração de empregos, renda e
tributos.

As informações partem da assessoria de imprensa da FPBio.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2022 – Grupo CMA

Cotação semanal

Dados referentes a semana 20/06/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,43

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.750,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.300,00

Milho Saca

R$ 66,25
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 17/06/2025 09:45

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

Parceiros da Suinocultura Gaúcha

Parceria