SAFRAS (18) – Segundo o Balanço Energético Nacional de 2013,
recém-divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a fonte biomassa
atingiu uma produção de 39.679 GWh, incluindo tanto a energia elétrica
destinada para o autoconsumo das unidades industriais quanto a encaminhada para
o Sistema Interligado Nacional (SIN). Em relação a 2012, a geração do ano
passado foi superior em 14%, o equivalente à geração total que a Usina Belo
Monte produzirá a partir de 2019, quando estiver plenamente motorizada.
A fonte biomassa, em novembro de 2013, havia atingido outro marco
histórico, quando superou a potência instalada prevista para Belo Monte, de
11.233 MW. Atualmente, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), as 480 termelétricas a biomassa em operação têm 11.571 MW
instalados, representando 8,4% da matriz elétrica do Brasil.
Em termos de energia, a geração de quase 40 mil GWh pela biomassa durante
o ano inteiro de 2013, foi o equivalente também a abastecer 33% do consumo
residencial no SIN ou a 100% das residências no Estado de São Paulo.
Importante destacar que, enquanto a produção total de bioeletricidade cresceu
14% quando comparado a 2012, a oferta de energia para o sistema elétrico
interligado (excluindo o autoconsumo) cresceu 32%, algo relevante em um ano
considerado crítico para a segurança do suprimento energético do país.
De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), do total
produzido pela fonte biomassa em 2013 no Brasil (que inclui bagaço de
cana-de-açúcar, lenha e lixívia), 17.1748 GWh foram destinados para o SIN
(43% do total) e 22.531 GWh (57%) para o autoconsumo das unidades industriais
associadas às termelétricas a biomassa.
Expansão continua ameaçada
Mesmo com a grande produção de bioeletricidade no Brasil em 2013, que
superou a geração de energia elétrica somada das fontes carvão, nuclear e
eólica, a expansão da biomassa ainda permanece sob cenário de incerteza em
virtude da dificuldade de negociação de novos projetos nos leilões regulados
promovidos pelo Governo Federal, considerados ainda a principal porta de entrada
do setor elétrico nacional.
Para o gerente em bioeletricidade da UNICA, Zilmar Souza, a falta de uma
política setorial clara, estruturante e capaz de estimular o investimento tem
comprometido o desempenho da biomassa nos leilões regulados. “No último
leilão A-3, realizado em 6 de junho, com o baixo preço-teto e a concorrência
direta com eólicas em condições diferentes de competitividade, sem reconhecer
os reais benefícios de cada fonte, nenhum projeto de bioeletricidade foi
vendido, mesma situação ocorrida no leilão A-3 de 2013.
“As chances de melhora para 2014 dependem do governo em reconhecer um
preço adequado para a biomassa no leilão A-5, que acontecerá em setembro, já
que a geração por meio do bagaço está proibida de participar do leilão de
reserva que ocorrerá em outubro”, avalia Souza.
Segundo o executivo, a comercialização nos certames regulados é
condição essencial para a viabilidade da maioria dos projetos de
bioeletricidade e nenhuma cadeia produtiva intensiva em bens de capital consegue
sobreviver com uma política de stop and go, como a que estamos vivenciando.
“Este é o pior sinal para uma cadeia produtiva. Precisamos de indícios
claros, não somente para a bioeletricidade, mas para todo o portfólio de
produtos do setor sucroenergético”, afirma.
Ainda de acordo com dados da UNICA, empresas de bens de capital voltadas
para a indústria canavieira, desde 2010, registram queda de 50% no faturamento,
corte de milhares de postos de trabalho e 66 unidades produtoras de açúcar e
etanol em recuperação judicial atualmente, considerando as unidades em
operação e também as inativas. As informações são da assessoria de
comunicação da Unica.
(CS)
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50