Porto Alegre, 21 de março de 2022 – A invasão da Ucrânia pela Rússia
continua, tendo provocado uma crise humanitária, com milhões fugindo do país,
e já morreram várias centenas de civis. Nesse cenário, a semana passada foi
mais uma com investidores assustados e mercados desorientados. As
considerações partem do Boletim Semanal do Escritório Carvalhaes.
No mercado de café, como destacou o boletim semanal, os contratos na ICE
Futures US em Nova Iorque oscilaram bastante e recuaram mais um pouco. Na
sexta-feira, dia 18, os contratos para maio, na máxima do dia bateram em US$
2,2125 e na mínima em US$ 2,1440. Fecharam em alta de 395 pontos a US$ 2,2005
por libra peso. Na quinta-feira, caíram 140 pontos e na quarta-feira subiram
635 pontos. No balanço da semana recuaram 190 pontos, descreveu Carvalhaes.
Na sexta-feira anterior, o contrato maio havia fechado a US$ 2,2195 por
libra peso, salientou o boletim. No balanço da semana anterior, a queda foi de
230 pontos. Na sexta-feira, 18, o dólar encerrou o dia em queda de 0,36 % a R$
5,0160. Na quinta-feira, 17, caiu 1,12 %, e na quarta-feira recuou 1,34 %. Na
sexta-feira anterior, fechou em alta de 0,74 %, a R$ 5,0540, observou
Carvalhaes.
Em reais por saca, comentou Carvalhaes, os contratos para maio próximo na
ICE fecharam sexta-feira (18) valendo R$ 1.460,07. Na quinta-feira, fecharam a
R$ 1.439,00. Na sexta-feira anterior (11) fecharam a semana a R$ 1.483,83.
“Esse sobe e desce, que vem derrubando as cotações do café em Nova Iorque,
reflete dúvidas dos fundos com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que pode
levar a uma queda no consumo de café nesses países, e a esperança dos
operadores, de que as chuvas deste verão sobre os cafezais brasileiros,
resultem em números melhores para nossa produção de café deste ano. Em nossa
opinião, essas chuvas não mudam a expectativa para a safra 2022, e poderão
ajudar a safra brasileira de café 2023, desde que o clima continue positivo,
dentro da normalidade, até maio de 2023”, avalia Carvalhaes.
Portanto, segue o boletim, “para este ano, não temos novidades nos
fundamentos do mercado de café. Eles continuam os mesmos, pressionados ainda
pela forte alta nos custos de produção. O petróleo voltou a ser cotado acima
dos 100 dólares, a energia elétrica subiu forte em 2021 e os preços dos
fertilizantes que já vinham subindo com força, agora dispararam. O mercado já
vê inflação acima de 7 % e Selic a 14 %. Não é sem razão que os
produtores brasileiros se recusam a vender café nas bases oferecidas pelos
compradores”, abordou.
Carvalhaes destacou ainda que a Green Coffee Association divulgou que os
estoques americanos de café verde totalizaram 5.765.348 em 28 de fevereiro de
2022. Uma queda de 30.493 sacas em relação às 5.795.841 sacas existentes em
de janeiro de 2022.
Na última semana, avaliou o boletim, o mercado físico brasileiro
apresentou-se quieto, travado. “Manteve esse cenário por toda a semana. Os
produtores em sua maioria permaneceram fora do mercado. Os compradores repassam
diariamente para suas bases de preços as oscilações na ICE e do dólar frente
ao real. Nos preços que oferecem aos cafeicultores aparecem poucos
interessados em negociar. Foi pequeno o volume de negócios fechados”, indicou
Carvalhaes.
Carvalhaes destacou ainda que, à frente da CONAB (Companhia Nacional de
Abastecimento) há quase dez meses, Guilherme Ribeiro tentará tirar do papel
nas próximas semanas o molde da “nova Conab”. Mais digital, transparente e
moderna, a estatal quer melhorar a captação e o tratamento de dados sobre a
produção agrícola brasileira para ter mais assertividade nas informações
divulgadas, gerar maior segurança e se tornar uma referência nesse serviço. A
transformação vem na esteira da redução da participação mais ativa da
Conab nas estratégias oficiais de formação de estoques públicos e
armazenagem de alimentos para o controle de preços, descartadas há alguns anos
e avaliadas como caras e ineficazes em Brasília, finalizou o boletim.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 31/07/2025 11:10