Porto Alegre, 09 de fevereiro de 2022 – Segundo dados do relatório
estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o
país exportou um total de 3,226 milhões de sacas de 60 kg em janeiro deste
ano, volume que implica queda de 11,8% em relação as 3,659 milhões de sacas
registradas no mesmo período do ano passado.
Em receita cambial, entretanto, o primeiro mês deste ano apresenta
crescimento de 47,5% ante idêntico intervalo de 2021, alcançando US$ 700,1
milhões, o maior valor da história para janeiro.
O presidente da entidade, Nicolas Rueda, anota que a queda no volume
embarcado reflete a continuidade dos gargalos logísticos no comércio marítimo
global, cenário sem previsão para correção no curto prazo, e o menor volume
de café disponível no atual período.
“Observamos uma leve melhora na oferta de contêineres em janeiro e houve
novo registro de embarque via break bulk, em big bags, que segue contribuindo
para melhorar o fluxo, mas os espaços nos navios continuam sendo um grande
desafio”, comenta.
Ele completa que, além disso, “entramos na entressafra de uma colheita
baixa, com redução dos estoques e menor disponibilidade de café, o que é
compreensível até que cheguem os grãos da nova safra, entre maio e junho”.
No que se refere à receita cambial recorde para janeiro, o presidente do
Cecafé explica que resulta das altas cotações internacionais do grão, que
operam em níveis elevados há mais de um ano e também puxam os valores no
mercado interno.
Além disso, os atuais patamares da taxa de câmbio contribuem para esse
desempenho positivo, gerando mais divisas e ampliando a distribuição de renda,
uma vez que o Brasil é o país que mais repassa o preço Free on Board (FOB)
das exportações aos produtores, segundo cálculos do IPEP-Cecafé.
“O preço médio dos embarques foi de US$ 216,98 por saca, o segundo maior
da história para o primeiro mês do ano (US$ 272,36 em janeiro de 2012 é o
recorde). Isso é excelente quando pensamos no ingresso de divisas ao Brasil,
mas também entra na seara de desafios, além dos logísticos, que os
exportadores precisam enfrentar e adequar seus caixas”, pondera.
ANO SAFRA
De julho de 2021 a janeiro deste ano, as exportações de café do Brasil
totalizam 22,872 milhões de sacas, apresentando recuo de 19,4% na comparação
com as 28,391 milhões de sacas registradas nos sete primeiros meses da
temporada 2020/21.
A receita, contudo, avançou 18,5% na mesma comparação, atingindo US$
4,173 bilhões ao refletir as elevadas cotações globais. O preço médio nesse
período da safra 2021/22 é de US$ 182,43 por saca, 47% superior ao aferido em
idêntico intervalo antecedente.
PRINCIPAIS DESTINOS
Em janeiro de 2022, os Estados Unidos mantiveram o posto de principal
comprador dos cafés do Brasil. Os norte-americanos adquiriram 710.285 sacas,
volume 5,6% inferior ao aferido no mesmo período de 2021, mas que representou
22% dos embarques totais brasileiros no mês passado.
A Alemanha, com representatividade de 16,1%, adquiriu 518.017 sacas (-15,8%)
e ocupou o segundo lugar na lista. Na sequência, vêm Bélgica, com a compra
de 344.703 sacas (-2,5%); Itália, com 186.154 sacas (-27,3%); e Japão, com a
importação de 176.335 sacas (-3,7%).
PORTOS
O complexo marítimo de Santos (SP) foi o principal exportador dos cafés do
Brasil em janeiro de 2022, com a remessa de 2,687 milhões de sacas ao
exterior, o que equivale a 83,3% do total. Na sequência, vêm os portos do Rio
de Janeiro, que respondem por 13,9% dos embarques ao remeterem 447.466 sacas, e
Paranaguá (PR), com a exportação de 20.613 sacas e representatividade de
0,6%.
TIPOS DE CAFÉ
O café arábica foi o mais exportado em janeiro de 2022, com o despacho de
2,816 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 87,3% do total. O
segmento do solúvel teve 318.000 sacas embarcadas, com representatividade de
9,9%, seguido pela variedade canéfora (robusta + conilon), com 89.093 sacas
(2,8%) e pelo café torrado e moído, com 3.099 sacas (0,1%).
CAFÉS DIFERENCIADOS
Os cafés diferenciados – que possuem qualidade superior ou algum tipo de
certificado de práticas sustentáveis – responderam por 17,4% das
exportações totais brasileiras do produto em janeiro, com o envio de 559.851
sacas ao exterior. Esse volume, por sua vez, representa crescimento de 11,9% na
comparação com as 500.521 sacas embarcadas pelo país no primeiro mês de
2020.
O preço médio desse produto foi de US$ 292,44 por saca, proporcionando uma
receita de US$ 163,7 milhões, o que corresponde a 23,4% do total obtido com os
embarques no mês passado. No comparativo com janeiro de 2021, o valor é 95,8%
superior.
SOBRE O CECAFÉ
Fundado em 1999, o Cecafé representa e promove ativamente o desenvolvimento
do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade
oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de
inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de
cidadania e responsabilidade socioambiental. Atualmente, possui 120 associados,
entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no
Brasil, correspondendo a 96% dos agentes desse mercado no país.
As informações partem da assessoria de imprensa do Cecafé.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 15/08/2025
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R$ 1.665,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 68,75Preço base - Integração
Atualizado em: 19/08/2025 08:45