Porto Alegre, 04 de julho de 2022 – Em meio a muita especulação e
interesses de curto prazo, os fundamentos voltaram a comandar o mercado de café
na última semana. Os estoques de café certificado em Nova Iorque, que na
terça-feira bateram em seu menor volume em 22 anos, continuaram em queda
acentuada. Recuaram mais 39 mil sacas na quarta-feira e 32.847 sacas na
quinta-feira. De segunda a quinta-feira desta semana a queda foi de 101.077
sacas. Agora estão abaixo das 900 mil sacas.
As considerações partem do boletim semanal do Escritório Carvalhaes,
comentando o comportamento do mercado na última semana.
Produtores e cooperativas de quase todas as regiões produtoras de arábica
vão confirmando, dia após dia, quebra na nova safra brasileira maior que a
estimada por eles antes do início dos trabalhos de colheita. Muitos já
consideram que a colheita não está atrasada, mas que os números menores até
agora, início de julho, refletem uma produção inferior à esperada.
As cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque, oscilaram forte por
toda a semana. Depois de recuarem 115 pontos na segunda-feira e 435 pontos na
terça, os contratos para setembro próximo na ICE trabalharam em forte alta por
todo o pregão da quarta-feira. Bateram em US$ 2,3020 na máxima do dia,
oscilaram 1 265 pontos entre a máxima e a mínima do dia, e encerraram o
pregão a US$ 2,2825 por libra peso, em alta de 1.050 pontos. Na quinta-feira,
subiram 185 pontos. Na sexta, com o dólar trabalhando por todo o pregão em
forte alta frente ao real – fechou o dia em seu maior patamar desde 4 de
fevereiro – os contratos para setembro próximo na ICE abriram em alta e após
o início do pregão cambial passaram para o negativo. Permaneceram assim, em
meio a muita oscilação, até o encerramento do dia. Bateram em US$ 2,3605 na
máxima, e em US$ 2,2370 na mínima do dia. Oscilaram 1.235 pontos entre a
máxima e a mínima do dia. Encerraram o pregão a US$ 2,2465 por libra peso, em
queda de 545 pontos.
No balanço da semana passada, totalizaram 140 pontos de alta. Na sexta-feira
retrasada, encerraram o dia a US$ 2,2325 por libra peso. No balanço da semana
retrasada a queda foi de 415 pontos. Na semana anterior o recuo foi de 145
pontos.
Os estoques de café certificado na ICE, em Nova Iorque, caíram 32.847 sacas
na quinta-feira, encerrando o dia a 854.584 sacas. Há um ano eram de 2.171.324
sacas, caindo neste período 1.316.740 sacas.
O dólar continua em sua trajetória de alta. Na sexta-feira subiu 1,66% e
encerrou a semana a R$ 5,3210 – seu maior patamar desde o dia 4 de fevereiro.
Nesta semana acumulou alta de 1,29%. No mês de junho, o dólar subiu 10,13 %
frente ao real.
O mercado de câmbio vem refletindo o aumento dos temores em relação ao
quadro fiscal no Brasil. Apesar de subir forte em junho, no acumulado do
semestre o dólar somou queda de 6,14 % frente ao real
Em reais por saca, os contratos de café para setembro próximo fecharam a
sexta-feira a R$ 1.581,23. Na sexta-feira retrasada fecharam a R$ 1.551,29. Na
sexta-feira anterior esses contratos encerraram a semana a R$ 1.547,64.
Na semana, o mercado físico brasileiro apresentou um movimento de
fechamentos de negócios maior apenas na quarta-feira, quando os contratos para
setembro próximo subiram 4,82 % – 1050 pontos – depois de somarem queda de 1125
pontos nos três pregões anteriores. Foram vendas de produtores que precisavam
de “caixa”, mas haviam suspendido as negociações nos três dias úteis
anteriores, devido à queda das cotações na ICE. O volume de negócios
fechados continua pequeno frente às necessidades brasileiras de café para
exportação e consumo interno.
As considerações partem do boletim semanal do Escritório Carvalhaes
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 27/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.725,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 66,00Preço base - Integração
Atualizado em: 26/06/2025 13:30