Porto Alegre, 25 de outubro de 2017 – O Departamento de Desenvolvimento
Técnico da Cooxupé – Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé,
afirma que as últimas chuvas na área de ação da cooperativa aconteceram no
último decêndio do mês de setembro. Com isso, as lavouras, até então
submetidas a um intenso stress hídrico e térmico, responderam ao estímulo
provocado pelas águas com a abertura de uma grande florada, apontada pela
Cooxupé como a principal.
Ainda de acordo com o Departamento, esta florada, responsável pelo
potencial produtivo do próximo ano, começou no mês de outubro onde a
cooperativa atua, e a realidade chamou bastante a atenção: as altas
temperaturas e a falta de chuvas prenunciam que 2018, ano de bienalidade alta,
ainda será, por enquanto, um ano de safra alta, no entanto o potencial
produtivo sinalizado por esta grande florada deverá ter o seu volume
comprometido. Esta mesma situação aconteceu na área de ação da Cooxupé, em
2007, quando as altas temperaturas castigaram o período de florada, impactando
no desempenho das lavouras em 2008, ano também de bienalidade alta.
O Departamento de Desenvolvimento Técnico da cooperativa ainda explica que
as temperaturas elevadas acompanhadas de déficit hídrico acentuado durante a
florada, além de comprometerem a estrutura do botão floral (formação de
flores anormais), reduzem o índice de pegamento e podem, até mesmo, provocar a
queda dos chumbinhos recém formados. Este fato pode ter o seu efeito aumentado
se as lavouras apresentarem alto índice de desfolha.
Segundo Éder Ribeiro dos Santos, coordenador de Geoprocessamento da
Cooxupé, em algumas regiões da área de ação da cooperativa esta já é a
segunda florada, mas, provavelmente, será a mais importante. Ele conta que em
alguns municípios, entre os dias 16 e 18/09 ocorreram chuvas de baixo volume
que estimularam a abertura de uma florada de baixa intensidade, em torno de 20%
do potencial de florescimento, no final do mês de setembro.
Contudo, mesmo esta florada teve o seu pegamento comprometido pelas
condições adversas do tempo. “Estamos preocupados não só com as altas
temperaturas médias que estão sendo observadas durante o florescimento, mas
com falta de continuidade das chuvas que foram responsáveis pela abertura da
florada; com os termômetros registrando temperaturas máximas acima de 32
graus, com relatos de 37 e 38 graus em algumas regiões; com o índice de
desfolha que está aumentando; com o déficit hídrico que continua elevado e,
consequentemente, com a baixa disponibilidade de água no solo para os
cafeeiros”, pontua Éder. “Acreditamos que todos estes fatores impactarão
negativamente na próxima safra. O tamanho do impacto dependerá da intensidade
destes fatores em cada região”, acrescenta.
O gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Mário
Ferraz, afirma que apesar de 2018 ser bienalidade alta, o momento é de cautela.
“Ainda não temos condições de falar qual será o tamanho da safra, mas já
podemos adiantar que há grandes chances dela não chegar à grandeza que
esperávamos por conta dessas adversidades que estamos presenciando”, explica.
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