Porto Alegre, 04 de outubro de 2021 – Depois de oscilar entre altas e baixas
acentuadas por toda a semana, na sexta-feira (01) as cotações do café na ICE
Futures US em Nova Iorque explodiram. Subiram forte, e os contratos para
dezembro próximo fecharam com 1005 pontos de alta, valendo US$ 2,0405 por libra
peso. “A rápida e forte alta pegou muitos operadores de surpresa, que
passaram o dia tentando compreender a rapidez com que as cotações mudaram de
patamar”. As considerações partem do boletim semanal do Escritório
Carvalhaes, comentando o comportamento do mercado na última semana.
Conforme o Escritório Carvalhaes, “aparentemente, um reposicionamento de
fundos de investimentos em um dia de recuo acentuado da moeda americana frente
ao real levou a esse resultado”.
Diversos agentes e operadores têm visitado as principais regiões produtoras
de café no Brasil, constatando pessoalmente a extensão dos estragos, que
continuam crescendo. A cada dia que passa aumentam as perdas e as preocupações
com o tamanho da próxima safra brasileira de café 2022. Também se
conscientizam que as chuvas que devem chegar gradativamente a partir deste
início de mês não estancarão instantaneamente o ciclo de perdas, e tampouco
recuperarão o que já foi perdido para a safra do próximo ano. “Nosso parque
cafeeiro está enfraquecido e em condições difíceis. Muitos agrônomos
informam que teremos reflexos também na safra brasileira de 2023”, destaca.
Os fundamentos continuam os mesmos e não devem se alterar tão cedo. Também
cresce a cada dia nos mercados consumidores a conscientização de que o Brasil
terminou o ano-safra 2020/2021 em junho praticamente sem estoques em mãos de
cafeicultores e não produziu na safra que acabou de colher café suficiente
para abastecer adequadamente no novo ano-safra 2021/2022 iniciado em julho seus
importadores ao redor do mundo.
“Enfrentamos ainda sérios problemas com a falta de contêineres e espaço
em navios, além de forte alta nos principais insumos para a produção de
café. Energia elétrica, combustíveis, fertilizantes, tratores e maquinários,
estão subindo com força. A inflação no Brasil traz mais insegurança ainda
aos cafeicultores”.
A crescente percepção do quadro acima está levando os contratos de café
na ICE Futures US a um novo patamar de preços.
O cenário para a próxima safra brasileira 2022 se agrava a cada dia que
passa. Os contratos de café em Nova Iorque vão continuar trabalhando com muita
oscilação. H
O mercado cambial brasileiro continuou trabalhando com muita volatilidade na
semana passada. Depois de fechar em alta acentuada todos os dias da semana até
a quinta-feira, o dólar recuou forte na sexta e fechou em queda de 1,41%, a R$
5,3690. Na quinta, fechara a R$ 5,4460. Na sexta-feira anterior (24/set) fechara
valendo R$ 5,3430.
Em reais por saca, os contratos de café para dezembro próximo na ICE
fecharam a sexta-feira (01) a R$ 1.449,19. Na quinta, terminaram o dia a R$
1.397,57. Na sexta-feira anterior (24) fecharam a semana a R$ 1.373,63.
Segundo Carvalhaes, o mercado físico brasileiro permaneceu por toda a semana
firme, comprador, e com poucos vendedores. Com Nova Iorque trabalhando em forte
alta e o dólar em queda acentuada frente ao real na sexta-feira, os
compradores melhoraram suas ofertas, mas bem menos do que a alta na ICE
possibilitava. Alguns exportadores ficaram fora do mercado. Os negócios
fechados não foram muitos. Os cafeicultores continuaram retraídos, vendendo
sempre o mínimo que podem. Não existem lotes de café arábica abaixo de mil
reais por saca. O volume de lotes que chega ao mercado é baixo e preocupante,
aponta Carvalhaes.
Ao mesmo tempo, continua a escassez de lotes de café arábica destinados ao
consumo interno brasileiro, o que eleva diariamente os preços pagos pelas
indústrias de torrefação brasileiras para os lotes de arábica utilizados na
produção do padrão “tradicional”, o mais consumido no Brasil. As ofertas
para o padrão com 600 defeitos estão entre R$ 1.000 e R$ 1.040 por saca de 60
quilos. “Mesmo assim não é fácil encontrar vendedores no mercado”, diz
Carvalhaes.
O mercado físico do conilon está firme, comprador. Cresce a porcentagem de
conilon nas ligas de consumo interno. “Em nossa opinião, a chegada das chuvas
não mudará o comportamento dos cafeicultores no mercado de café”.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 13/05/2025 09:50