Porto Alegre, 27 de dezembro de 2021 – O plantio de mudas do projeto de
avaliação do desempenho de novas cultivares de café para o estado de Minas
Gerais teve início neste mês de dezembro. O trabalho, que envolve 43
propriedades das regiões Sul, Sudoeste, Oeste, Campo das Vertentes, Zona da
Mata, Vale do Rio Doce, Vale do Jequitinhonha, Norte, Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, busca a identificação de variedades mais adequadas às diversas
condições de clima, solo e relevo.
As unidades demonstrativas, localizadas em 41 municípios, integram o projeto
conduzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e
pela Embrapa Café. O objetivo é monitorar o comportamento de 16 cultivares de
café, nas condições de cultivo e manejo tradicionais das áreas, para
recomendar as mais adequadas com base em aspectos como produtividade,
precocidade, maturação uniforme e qualidade, dentre outros.
As mudas foram produzidas a partir de sementes qualificadas selecionadas
pela equipe do projeto. “Optamos por cultivares do Programa de Melhoramento
Genético da EPAMIG que têm se destacado em projetos no Cerrado Mineiro e no
Sul de Minas e em materiais promissores desenvolvidos pelo Instituto de
Desenvolvimento Rural (IDR) do Paraná, pela Fundação Procafé e pelo
Instituto Agronômico de Campinas (IAC)”, explica o pesquisador da EPAMIG,
Gladyston Carvalho, coordenador do projeto.
Em cada uma das propriedades foram plantadas 1600 mudas das 16 variedades
que serão avaliadas. A cultivar Catuaí Amarelo IAC 62, será usada como
referência para o Estado, na comparação com os 15 novos materiais
selecionados: Catiguá MG2, MGS Paraíso 2, MGS Ametista, MGS Aranãs, H6-47-10
pl3, H29-1-8-5 e H419 trat 21 (EPAMIG); Obatã Amarelo IAC 4739 e IAC 125RN; IPR
100 e IPR 103 (IDR Paraná); Acauã Novo, Arara, Catucaí 25L e Guará
(Fundação Procafé).
Modelo
Os produtores que recebem as unidades demonstrativas se comprometem a fazer
da área uma vitrine para a difusão das experiências para os cafeicultores do
entorno. O modelo, baseado na experiência de projetos nas regiões do Cerrado
Mineiro, em parceria com a Federação dos Cafeicultores, e no Sul de Minas, em
parceria com a Cooxupé, prevê que o dono da propriedade seja responsável pelo
custeio da lavoura, do cultivo ao preparo das amostras para avaliação
sensorial, após as colheitas da safra. Como contrapartida recebem das
instituições parceiras suporte tecnológico, orientações e assistência
técnica.
O engenheiro agrônomo Sérgio Cotrin DAlessandro, cafeicultor no
município de Manhumirim, na região certificada das Matas de Minas, acredita
que essa aproximação com as instituições de pesquisa e extensão esteja
entre os principais benefícios do projeto. “Temos na região uma carência de
pesquisas com foco em nossas condições. Algumas das cultivares testadas já
são populares na região, mas esse acompanhamento mais próximo, essa
interação com a área técnica nos dará mais segurança na hora de escolher e
de investir em novas espécies”, opina.
Regionalização
O pesquisador Gladyston Carvalho destaca que o bom desempenho de uma
cultivar depende de diversos fatores. “Na mesma região podemos encontrar
diferentes condições de altitude, pluviometria, temperatura e outras mais, que
interferem no desempenho final. Com este projeto queremos chegar a indicações
mais precisas que permitam ao produtor comparar as condições da propriedade e
ter uma opção mais adequada no momento do plantio ou da renovação da
lavoura”.
Essa também é a percepção do produtor Sérgio DAlessandro, que
projeta vantagens. “Esse trabalho vai proporcionar essa regionalização e nos
ajudar a difundir nossa cafeicultura, que é extremamente qualificada e voltada
para a qualidade da bebida”. Ele também ressalta a importância social da
cultura para a região e a participação das entidades representativas que
atuam em prol da atividade e que participaram da indicação dos produtores
aptos para receber os experimentos.
Para a secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais,
Ana Maria Valentini, as parcerias são pontos fundamentais para a realização
desse projeto. “Neste trabalho de avaliação de desempenho, é muito
importante a presença desses materiais de outras instituições. Isso vai
ampliar o leque de escolha do produtor, que poderá optar pela variedade melhor
adaptada a região do estado em que está localizado o cafeeiro e às aptidões
de seu interesse, por exemplo, produção de cafés especiais. Com ações
assim, o sistema operacional da agricultura de Minas reitera seu compromisso com
a qualidade e a agregação de valor a este produto que é um dos pilares da
economia mineira”, afirma.
O projeto tem o apoio financeiro do Consórcio de Pesquisa Café e da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
As informações partem da assessoria de comunicação da Epamig.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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