CÂMBIO: Dólar abre de lado com a menor taxa do IPCA-15 de junho em 11 anos

Porto Alegre, 23 de junho de 2017 – A moeda norte-americana iniciou a
sessão fraca ante o real, enquanto os investidores digerem a desaceleração da
prévia da inflação oficial no país, medida pelo IPCA-15, em junho à menor
taxa (0,16%) para o mês em 11 anos, desde junho de 2006, quando registrou queda
de 0,15%. O resultado reforça o espaço para um corte mais intenso na Selic
(taxa básica de juros) em julho.

Após três fechamentos no positivo, às 10h21 o dólar comercial recuava
0,08%, a R$ 3,3340. No mercado futuro, a redução dos contratos com vencimento
para julho atingia 0,25%. Ainda nesta manhã, o Banco Central (BC) ofertará
8.200 contratos para rolagem de swap cambial tradicional com vencimento para o
mês que vem.

Segundo o consultor de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello,
a divulgação do IPCA-15 “pode calibrar as apostas para a Selic, agora em
redução de 1 ponto percentual (pp) em julho, devido à desaceleração
confirmada da inflação”. Ontem, o BC divulgou o Relatório Trimestral da
Inflação (RTI) com sinais ainda cautelosos para os próximos cortes de juros e
tendência de redução de 0,75 pp, na avaliação dos investidores.

Além disso, o mercado de câmbio mostra o dólar mais fraco também no
exterior, perdendo das principais divisas fortes e emergentes. “Por aqui
deveremos ter uma sessão de queda para a divisa, acompanhando seus pares lá de
fora”, afirma o operador de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes da Silva
Filho.

Os emergentes, no globo, são pautados pela reação nas cotações do
petróleo que sobem nesta manhã. O WTI para agosto operava em alta de 0,14%, a
US$ 42,80 por barril, enquanto o Brent tinha valorização de 0,13% a US$ 45,28,
apontou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. Porém,
ele alerta que os esforços da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep) em reduzir a oferta da commodity, via corte na produção,
estão sendo prejudicados pelos aumentos da produção nos Estados Unidos e na
Líbia. As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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