CÂMBIO: Dólar abre em alta após EUA anunciarem novas tarifas contra China

Porto Alegre, 11 de julho de 2018 – O dólar abriu em alta em relação ao
real repercutindo a volta da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China
após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar que aplicará
tarifas de 10% sobre produtos chineses somando até US$ 200 bilhões. Desde
sexta-feira (6), os países já cobram 25% de alíquota sobre US$ 34 bilhões em
produtos um do outro.

Às 9h55 (de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,55%, cotada a R$
3,8190 para venda. No mercado futuro, o contrato para agosto operava volátil,
mas praticamente estável (+0,03%), a R$ 3,824. Enquanto lá fora, o Dollar
Index tinha alta de 0,08%, aos 94,234 pontos. As principais moedas de países
emergentes depreciam ante o dólar, com destaque para a lira turca que cai mais
de 1%.

“A nova imposição de Trump proporcionou um ambiente de forte aversão ao
risco que toma conta dos mercados internacionais com o novo avanço do
protecionismo de seu governo, o que contamina todos os ativos do mercado
doméstico”, avalia o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton
Rosa, em relatório.

Do outro lado, o governo chinês diz que retaliará as decisões de Trump.
“A China está chocada pelas ações dos Estados Unidos. A fim de salvaguardar
os interesses centrais do país e os interesses fundamentais do povo, o governo
chinês terá, como sempre, que adotar as contramedidas necessárias”, disse o
Ministério do Comércio da China, em comunicado.

Os analistas da H.Commcor lembram, em relatório, que investidores vinham
relevando nos últimos pregões os riscos dessa guerra comercial, com a busca
por risco sendo explícita em praticamente todos os mercados. “Após o
anúncio, as principais Bolsas globais, divisas emergentes e ligadas à
commodities, em sua maioria, embicaram para o vermelho, com quedas superiores a
1% em praticamente todos os principais índices acionários”, destacam.

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados
Unidos também corroboram para a valorização do dólar com os dados de junho
ficando acima do esperado, alta de 0,3%, ante a projeção de 0,2%. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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