CÂMBIO: Dólar abre em alta, com pressão em emergentes e cenário eleitoral

Porto Alegre, 5 de setembro de 2018 – Um dia após renovar o segundo maior
valor desde o início do Plano Real, o dólar abriu novamente em alta, ficando
cada vez mais próximo de R$ 4,20, em meio à renovada pressão sobre os ativos
de países emergentes. As incertezas com as eleições no Brasil, com os
institutos mais tradicionais cancelando as divulgações de pesquisas de
intenção de voto diante da tentativa do PT de manter o ex-presidente Lula como
candidato, também pesam nos negócios locais.

Às 9h44, o dólar à vista subia 0,31%, cotado a R$ 4,1670, depois de
subir até R$ 4,1860 (+0,75%), na cotação máxima do dia. A moeda
norte-americana ainda não foi negociada em baixa. No exterior, permanece a
mesma dinâmica, com o dólar forte e pressão sobre as moedas emergentes.

“Após Argentina, Turquia e África do Sul, agora a Indonésia também
entra no radar do mercado, com sua moeda atingindo o menor patamar da
história”, observa, em relatório, o estrategista de multimercados da Icatu
Vanguarda, Dan Kawa. Para ele, tal movimento é um “sintoma” do mesmo
problema. “Ou seja, a redução global de liquidez”, diz.

Segundo o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, com o
ambiente externo azedo, o dólar pode alcançar novos valores recordes hoje
frente ao real. “Como hoje segue o desconforto global, existe a possibilidade
de tocarmos na resistência mais forte que há no dólar, em R$ 4,25”, avalia.
Em termos de fechamento, a máxima histórica do dólar está um pouco acima de
R$ 4,16.

Além disso, o cenário eleitoral nebuloso no Brasil potencializa a
pressão externa. “A pesquisa eleitoral que era para sair na noite de ontem
teve sua divulgação suspensa, devido à questão judicial de quais candidatos
podem ser mostrados no questionário. O mesmo aconteceu com outras pesquisas
agendadas para o restante da semana”, afirma, em relatório, a SulAmérica
Investimentos, referindo-se aos levantamentos do Ibope e do Datafolha,
respectivamente. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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