CÂMBIO: Dólar abre em alta, mas cai após emprego nos EUA abaixo do esperado

Porto Alegre, 2 de setembro de 2016 – O dólar abriu em alta ante o real,
em linha com o sinal vindo do exterior, mas passou a cair logo após o anúncio
de abertura de 151 mil vagas de emprego nos Estados Unidos em agosto, sendo que
o mercado previa a criação de 180 postos. A taxa de desemprego também
contrariou a previsão de queda e ficou estável em 4,9%.

Assim, o movimento doméstico acompanhou a melhora do apetite por risco no
exterior, em meio à menor possibilidade de aperto monetário nos EUA neste
mês. Às 9h40, o dólar comercial caía 0,52%, cotado a R$ 3,2330, e o dólar
futuro para outubro recuava 0,83%, a R$ 3,2585. No exterior, o Dollar Index
tinha queda de 0,30%, de +0,15%, antes da divulgação do chamado payroll.

Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, apenas um payroll
acima das projeções seria capaz de incrementar a possibilidade de alta dos
juros norte-americanos em breve. Segundo ele, o maior problema do Federal
Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continua sendo a falta de uma
reação inflacionária compatível com um cenário de aperto monetário. “Isso
ainda falha bastante na economia dos EUA”, diz.

“A dificuldade em se unir um contexto de aceleração e recomposição de
preços, lucratividade das empresas, com um cenário de recuperação altamente
baseado em serviços tem sido um desafio para o Fed, que pode optar por
normalizar os juros, mas não necessariamente retomar um ciclo de altas”,
avalia o economista da Infinity.

Internamente, o analista da Correparti Corretora, Ricardo da Silva Filho,
afirma que após o desfecho do processo de impeachment de Dilma Rousseff, os
mercados domésticos começam a precificar um “choque de realidade”, “visto
que além do ajuste fiscal, manifestações, greves e paralisações agora
aparecem como desafios ao novo governo”. Porém, para ele, o comportamento do
câmbio doméstico deve acompanhar a reação do exterior ao payroll, mas sem
descartar “bastante volatilidade” no dia. As informações partem da Agência
CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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