CÂMBIO: Dólar abre sem direção única, com PIB dos Estados Unidos no radar

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2017 – O dólar comercial abriu próximo à
linha d’água mesmo após a divulgação do Relatório Trimestral de
Inflação (RTI) do Banco Central (BC) e da prévia de inflação oficial do
país (medido pelo IPCA-15) em que os analistas consideram “não ter novidades
a ponto de precificar os ativos locais”. Às 10h09 (de Brasília), a moeda
norte-americana operava estável, cotada a R$ 3,294. Já no contrato futuro para
janeiro, o recuo era de 0,07%, a R$ 3,297.

“O relatório (RTI) veio em linha com o que o mercado já vinha esperando
de PIB [Produto Interno Bruto], inflação e juros [Selic]. Selic, aliás, que
já tinha sido adiantada na ata do Copom [Comitê de Política Monetária]. Sem
novidades, os dados divulgados estão sem peso para impactar no dólar no
mercado local”, comenta o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano.

No relatório, o Banco Central projeta que o PIB crescerá 1% em 2017,
enquanto a inflação deve cair a 2,8% na mesma comparação e prevê que a
Selic caia a 6,75% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom), em fevereiro.

Hoje também foi divulgada a prévia da inflação do País de dezembro,
medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que
subiu 0,35% e fechou o ano com taxa de 2,94% no acumulado em 12 meses, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A inflação
continua comportada e veio exatamente em linha com o que mercado estimava. As
notícias são positivas, mas já eram esperadas, então, sem novidades”,
avalia a analista econômica da Gradual Investimentos, Camila de Caso.

No mercado externo, “o câmbio está misto, sem direção definida. E as
commodities também estão sem direção única, o que deixa o mercado das
emergentes, principalmente, mais morno”, pondera a analista da Gradual. O dia
é de divulgação de indicadores também nos Estados Unidos, o que na
avaliação de Serrano, deve ter mais peso no câmbio.

“Nesta primeira parte do dia, a tendência é de um mercado mais morno.
Mas a depender dos dados que virão dos Estados Unidos, o dólar pode ganhar ou
erder força. Entre os dados, o mercado espera a leitura do PIB norte-americano
no terceiro trimestre”, diz. Além do PIB, serão divulgados os dados de
pedidos de seguro-desemprego, de atividade industrial regional até este mês,
de atividade nacional de novembro e os indicadores antecedentes do mês
passado. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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