CÂMBIO: Dólar abre volátil com cautela eleitoral, antes do Datafolha

Porto Alegre, 14 de setembro de 2018 – Um dia após fechar no maior valor
nominal desde a criação do Plano Real, em 1994, o dólar iniciou a sessão
oscilando entre altas e baixas, em meio à cautela dos investidores com o
cenário eleitoral e à ausência do Banco Central para conter movimentos
especulativos. O mercado doméstico de câmbio deve seguir volátil, à espera
dos números do Datafolha.

Às 9h45, o dólar à vista subia 0,07%, cotado a R$ 4,20, depois de ter
subido até R$ 4,2120 (+0,36%), na cotação máxima do dia logo no início da
sessão. Na mínima, a moeda norte-americana foi a R$ 4,1840 (-0,31%). Já o
contrato futuro do dólar para outubro recuava 0,27%, a R$ 4,2025. No exterior,
o cenário mais tranquilo abre espaço para um fortalecimento de moedas
emergentes e europeias.

“Mesmo com um viés positivo no mercado internacional, o cenário
eleitoral não traz conforto para os investidores”, afirma o chefe da mesa de
câmbio de uma corretora estrangeira. Segundo ele, o mercado doméstico de
câmbio aguarda a divulgação do Datafolha sobre a corrida presidencial, o que
traz “um tom mais defensivo”.

Um diretor de operações de uma corretora nacional afirma que os
investidores já digerem os números de uma pesquisa privada. Ele se refere ao
levantamento semanal da XP/Ipespe, que mostram que Jair Bolsonaro foi o único
candidato a crescer fora da margem de erro, ainda sob efeito da comoção após
o ataque a faca em ato de campanha, enquanto os candidatos de esquerda, Ciro
Gomes e Fernando Haddad, oscilaram em alta.

Geraldo Alckmin permaneceu estável, enquanto Marina Silva foi a única a
cair, também fora da margem de erro. Nesse sentido, o chefe da mesa de câmbio
citado acima lembra que a saúde de Bolsonaro e a crise do PSL, com o vice “sem
freio” somadas às expectativas de crescimento da esquerda e a “crise
infindável” de corrupção do PSDB “assustam o investidor”. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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