CÂMBIO: Dólar abre volátil com entrevista de Bolsonaro, em dia de payroll

Porto Alegre, 4 de janeiro de 2019 – O dólar comercial abriu volátil em
relação ao real, na contramão das principais moedas de países emergentes que
têm alta firma ante a divisa estrangeira. Em dia de dados de emprego nos
Estados Unidos, o payroll, e da primeira fala do presidente do banco central
norte-americano, investidores domésticos se voltam para as declarações do
presidente Jair Bolsonaro sobre a reforma da Previdência e outras medidas
econômicas na primeira entrevista no cargo.

Às 10h (de Brasília), a moeda norte-americana tinha queda de 0,13%,
cotada a R$ 3,7490 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 3,7470
(-0,18%) e máxima de R$ 3,7700 (+0,42%). No mercado futuro, o contrato para
fevereiro caía 0,23%, a R$ 3,7540. Lá fora, o Dollar Index recuava 0,17%, aos
96,145 pontos. As principais moedas emergentes se valorizam frente ao dólar com
destaque para o rublo russo, rand sul-africano e a lira turca que sobem mais de

1%.

Na primeira entrevista à TV, Bolsonaro sinalizou que a reforma da
Previdência de seu governo deve ser mais “light”, ao defender o projeto que
aumenta a idade mínima de contribuição para 57 anos (mulheres) e 62 anos
(homens). Além de indicar que deve aproveitar o texto proposto no governo de
Michel Temer. “Alguns podem reagir negativamente ao posicionamento mais
cauteloso do presidente quanto a essa reforma”, avalia a equipe econômica da
H.Commcor.

Às 11h30 (horário local), será divulgado o relatório de emprego dos
Estados Unidos, o payroll, de dezembro em que a expectativa do mercado é a
criação de 178 mil vagas e queda de 3,6% na taxa de desemprego. O economista
da Tendências, Sílvio Campos, ressalta que o comportamento dos salários segue
sendo mais importante do que o número de vagas criadas. “Se os salários
derem uma puxada para cima, vale ficar atento porque pode indicar inflação
pressionada no futuro”, diz.

À tarde, o presidente do Fed, Jerome Powell, participará de um fórum
econômico nos Estados Unidos, no primeiro discurso do ano, que deve entrar no
radar dos investidores, destaca o economista da Tendências. Com informações
da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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