CÂMBIO: Dólar avança seguindo exterior negativo para emergentes

Porto Alegre, 25 de fevereiro de 2021 – O dólar comercial opera em alta
frente ao real desde a abertura dos negócios acompanhando o exterior negativo
para as moedas de países emergentes que têm perdas intensas em meio à
valorização do vencimento de 10 anos dos títulos de dívida do governo
norte-americano, as treasuries, que opera acima de 1,45%. Aqui, investidores
seguem atentos à política, em meio ao impasse da PEC Emergencial.

Às 9h49 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,33%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,4380 para venda, enquanto o contrato para
março subia 0,63%, a R$ 5,4375. Lá fora, o Dollar Index caía 0,47%, aos
89,754 pontos. Já o peso mexicano e a lira turca recuavam mais de 1%, enquanto
o rand sul-africano recuava 2%.

A equipe econômica da corretora Commcor ressalta que, mesmo após alguma
“desinclinação” da curva de juros norte-americana no início da semana,
quando o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados
Unidos), Jerome Powell, não mostrou preocupação com a inflação. Ontem, o
movimento altista das treasuries “voltou a dar as caras” e opera com ganhos
expressivos nesta manhã.

“Com destaque aos títulos de curto prazo e o de 10 anos. Os dados
norte-americanos que sairão mais tarde prometem motivos para ajustes”,
comentam os analistas da corretora. Às 10h30, saem os dados de pedidos de
seguro-desemprego na semana encerrada no último sábado e a segunda leitura do
Produto Interno Bruto (PIB) do país no último trimestre de 2020. A previsão
é de alta de 4,2%.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, pondera que,
mesmo em meio à forte desvalorização das principais divisas emergentes, o
dólar tem desempenho misto, já que moedas pares como o euro avançam. “Os
juros futuros seguem subindo com Powell afirmando também que não vê razões
para retirada de estímulos no curto prazo”, avalia.

Aqui, o mercado monitora a PEC Emergencial que deverá ser votada na
próxima semana no Senado. “O mercado reage negativamente às indicações de
que a PEC poderia ter sua discussão fatiada, ampliando a percepção de risco
fiscal”, avalia a equipe da XP Investimentos.

“Em Brasília, avança o projeto de privatização dos Correios, o qual se
soma ao momento semelhante na Eletrobrás e ajuda a diluir os ‘estragos’ da
canetada do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras”, acrescentam os analistas
da Commcor. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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