CÂMBIO: Dólar cai com China e política, mas preço atrativo limita queda

Porto Alegre, 17 de julho de 2017 – O dólar abriu em queda, após dados
mais fortes que o esperado na China alimentarem o apetite por risco no exterior.
O início do recesso parlamentar nesta semana tende a dar uma trégua no
noticiário político local, abrindo espaço para ajustes no mercado de câmbio.
Mas o preço atrativo da moeda norte-americana pode conter o movimento de
valorização do real.

Às 9h38, o dólar comercial caía 0,03%, cotado a R$ 3,1850, enquanto o
dólar futuro para agosto oscilava em alta de 0,12%, a R$ 3,1935. No exterior, o
dólar mede forças ante as moedas de países desenvolvidos e emergentes, ao
passo que os metais básicos são beneficiados pelos números robustos da
economia chinesa.

“Em dia de agenda fraca de indicadores econômicos, o destaque fica com os
dados divulgados na China”, resume o analista de câmbio da Correparti
Corretora, Ricardo Gomes. Para ele, o crescimento de 6,9% do Produto Interno
Bruto (PIB) chinês no segundo trimestre deste ano mostra que a segunda maior
economia do mundo manteve o ritmo de expansão, impulsionada pelo comércio
exterior, “o que representa um alento”.

Internamente, Gomes avalia que “os recessos legislativo e do judiciário
reduzem sensivelmente as pressões sobre o [Palácio do] Planalto”. Ainda
assim, o analista lembra que a Procuradoria-Geral da República (PGR) mantém o
ritmo de trabalho “e poderá, a qualquer momento, apresentar novas denúncias
contra o presidente Michel Temer”.

De qualquer forma, o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton
Rosa, avalia que o recesso parlamentar deve contribuir para um quadro de
acomodação nos mercados domésticos, sobressaindo os indicadores econômicos.
“Nesse sentido, os dados da China melhores que o esperado e a perspectiva de um
ajuste monetário mais lento nos Estados Unidos tendem a manter o dólar
oscilando próximo de R$ 3,20”, diz. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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