CÂMBIO: Dólar cai reagindo a Trump e captações externas por companhias

Porto Alegre, 12 de janeiro 2017 – O dólar comercial abriu em queda e há
pouco atingiu a mínima de R$ 3,1590 para venda, patamar próximo do fechamento
de 27 de outubro de 2016, quando chegou a R$ 3,1570. A moeda reage ao cenário
de queda no exterior, após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald
Trump, não abordar questões econômicas em coletiva de imprensa ontem e ao
fluxo maior com as captações feitas pelas empresas brasileiras.

O diretor da Correparti Corretora, Jefferson Luiz Rugik, afirmou que o
enfraquecimento global do dólar influencia na queda expressiva nesta manhã em
relação ao real, algo que também é reforçado pela valorização de
commodities como o petróleo e o minério de ferro. Às 10h13, a divisa
norte-americana recuava 0,93%, a R$ 3,1620 para venda e, no mercado futuro, o
contrato para fevereiro tinha queda de 1,27%, a R$ 3.179,000.

“A queda do dólar contrapõe o movimento após o corte na Selic em 0,75
ponto percentual em atitude agressiva ontem do Copom [Comitê de Política
Monetária], para 13% ao ano. Entretanto, os nossos juros reais continuam sendo
o mais alto do mundo e, se existir algum peso sobre o dólar, deverá ser
pontual”, disse Rugik. Levantamento da Infinity Asset aponta que o País
pagará juro real de 7,93%, enquanto a média no mundo é negativa em 2,1%.

O ambiente corporativo colabora para a entrada de fluxo no Brasil com as
captações recentes realizadas em dólar pelas companhias. Nesta semana, a
Petrobras fez emissão de títulos de dívida (notes) de US$ 4 bilhões e ontem
a Fibria captou US$ 700 milhões. A Guide Investimentos mencionou em relatório
que novas captações deverão acontecer no curto prazo e a Raízen, controlada
da Cosan e da Shell, deverá endossar essa lista. As informações partem da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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