Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2015 – Os mercados de câmbio e de juros
operam em alta, acompanhando a permanência da aversão do investidor com o
cenário externo diante das dúvidas sobre um possível acordo entre a União
Europeia e a Grécia sobre o pedido de extensão dos empréstimos ao governo
grego.
Com o aumento dos receios, o investidor opta por se proteger na moeda
norte-americana. Com a maior procura, o preço da divisa sobe. Do lado dos
juros, conforme aumenta a percepção de risco futuro, sobe também o prêmio
pago nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).
“O mercado tinha confiança nesse momento decisivo de negociações de que
os dois lados chegariam a um acordo, mas as decisões tendem a ser tomadas no
limite e é provável que os dois lados [Grécia e União Europeia] sigam no
jogo de pressão um contra o outro. Isso deixa o investidor inseguro”, afirma
Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe da Crédit Agricole.
De acordo com ele, há também no radar do investidor as informações de
que a Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE) poderiam estar “se preparando”
para uma suposta saída dos gregos da zona do euro, o que ajuda a manter a
aversão.
“Também amparam a valorização da moeda a informação do ministro
holandês, Jeroen Dijsselbloem, que conduz as reuniões do Eurogrupo, que a
pauta sobre a prorrogação da ajuda financeira para a Grécia foi postergada,
além da reportagem da revista alemã Der Spiegel de que o BCE já se prepara
para uma possível saída da Grécia da zona do euro”, destaca, em relatório,
o gerente de câmbio João Paulo Corrêa, da Correparti Corretora.
Do lado interno, ambos analistas também destacam que questões como o
possível racionamento de água e energia e os comentários da presidente Dilma
Rousseff sobre a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) ajudam a manter a
percepção de risco.
“O dólar inverteu sua trajetória de queda e opera em alta após a fala
da presidente Dilma Rousseff em cerimonia no Palácio do Planalto, onde
confirmou a correção de 4,5% na tabela do IR, que é o que o País comporta,
contra os 6,5% proposto pela equipe econômica”, diz Corrêa, no relatório.
“Em relação ao racionamento, a expectativa é de níveis de
reservatórios ainda mais baixos e alta do custo de operação [das empresas].
Isso pesa porque o risco de racionamento está aumentando e o impacto
econômico, embora difícil de ser previsto e medido, certamente será
significativo”, diz Caramaschi.
No momento, o dólar comercial sobe 0,55%, cotado a R$ 2,8820 na venda. No
mercado futuro, os contratos da moeda para março avançam 0,39%, a R$ 2.887,50,
enquanto os com vencimento em abril sobem 0,24%, a R$ 2.910,00.
No mercado de juros, as taxas dos contratos de DI mais negociados, para
janeiro de 2017, sobe de 13,15% para 13,24%, enquanto as taxas dos contratos com
vencimento em janeiro de 2016 avançam de 13,22% para 13,27%. Nos contratos
para julho de 2015, as taxas sobem de 12,81% para 12,85%. As informações são
da Agência CMA.
Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 30/05/2025
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Atualizado em: 05/06/2025 09:30