CÂMBIO: Dólar desacelera ganhos com melhora de emergentes, atento a local

Porto Alegre, 28 de maio de 2020 – O dólar comercial tem alta firme frente
ao real, mas desacelerou os ganhos e opera abaixo de R$ 5,35, em meio à
correção local, enquanto investidores digerem o cenário político e o
exterior com o peso mexicano, moeda par, ganhando força em relação à moeda
norte-americana. Aqui, investidores seguem atentos ao cenário político.

Às 15h20 (de Brasília), a moeda estrangeira operava em alta de 1,15%,
cotada a R$ 5,3430 para venda, enquanto o contrato para junho subia 1,20%, ao
redor de R$ 5,34. Lá fora, o Dollar Index recuava 0,65%, nos menores níveis
desde o fim de março, aos 98,415 pontos.

Enquanto no exterior o dólar perde força refletindo os dados negativos da
economia norte-americana, com a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB)
do primeiro trimestre mostrando queda de 5,0%, levemente acima do esperado,
enquanto os dados de pedidos de seguro-desemprego, seguem altos.

O número de pedidos caiu em 323 mil solicitações na semana encerrada em
23 de maio, totalizando 2,123 milhões, após ter alcançado 2,446 milhões na
semana anterior. Para o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro
Faganello, o relatório é observado mais atentamente para avaliar a velocidade
a qual a economia norte-americana pode se recuperar após o fechamento das
empresas em meados de março, após o isolamento social no país.

“Quando Jerome Powell [presidente do banco central dos Estados Unidos,
Federal Reserve] traçou um cenário em que a recuperação poderia ocorrer de
forma lenta, certamente, o Fed se baseia, entre outros, em dados do mercado de
trabalho. De qualquer forma, o primeiro semestre, de fato, será o mais
complicado de superar”, comenta.

Para a equipe econômica da Capital Economics, a ver os números do mercado
de trabalho, conclui-se que levará anos até que a taxa de desemprego retorne
aos níveis antes da pandemia. “Mas com a maioria das demissões temporárias,
esperamos que o mercado de trabalho se recupere mais rápido do que o
habitual”, avalia. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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