Porto Alegre, 18 de março de 2020 – O dólar comercial opera em forte alta
desde a abertura dos negócios, chegando a romper o nível de R$ 5,20, exibindo
a forte aversão ao risco que prevalece no exterior em mais uma sessão
fortemente negativa para ativos globais e principalmente, para as moedas de
países emergentes. Aqui, o Banco Central (BC), em dia de decisão de política
monetária, realizou um leilão de linha e dois leilões de venda de dólares no
mercado à vista. Insuficientes para conter o avanço da moeda que opera em
níveis recordes.
Às 10h35 (de Brasília), a moeda norte-americana avançava 2,57% no
mercado à vista, cotada a R$ 5,1320 para venda, depois de renovar a máxima
histórica intraday a R$ 5,2070 (+4,10%). O contrato futuro para abril subia
2,37%, a R$ 5,1320. Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,75%, aos 100,326
pontos, maior nível desde 2017. O risco país, medido pelo swaps de default de
crédito (CDS, na sigla em inglês), estava em 362 pontos.
O BC colocou no mercado US$ 2,0 bilhões, total ofertado em leilão de
linha, enquanto foram tomados US$ 830,0 milhões do total de US$ 1,0 bilhão em
venda de dólares no mercado à vista. Durante as operações, a moeda
estrangeira renovou máximas históricas sucessivas, chegando a operar com mais
de 4% de alta.
Com a demanda alta por dólares, o BC anunciou há pouco que passará a
fazer operações de compra com compromisso de revenda – conhecidas como repos –
de títulos soberanos do Brasil denominados em dólar e que estão nas mãos de
instituições financeiras nacionais.
Este tipo de operação equivale a um empréstimo de curto prazo para quem
detém o título – no caso, as instituições financeiras. Como os papéis são
denominados em dólares, as repos garantiriam uma linha de liquidez em moeda
estrangeira. Os títulos serão comprados pela autoridade monetária com
desconto de 10% em relação aos preços de mercado.
Lá fora, em meio ao avanço da tensão em relação ao coronavírus e seus
impactos na economia global, a situação de emergência acaba por
“descortinar” uma série de problemas nas empresas, avalia o economista-chefe
da Infinity Asset, Jason Vieira. “Elas estão alavancadas pela enorme liquidez
em voga na última década e muitas em situação de fragilidade, sem
condições de enfrentar um cenário desafiador, como o que se impõe neste
momento”, ressalta.
Eles acrescentam que muitas dessas companhias operam com alto endividamento
e aproveitaram o custo baixo de crédito tanto para inflar resultados de
mercado, quanto para “reperfilar” as dívidas ou mesmo, fazer uma série de
fusões e aquisições. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 31/07/2025 11:10