CÂMBIO: Dólar fecha em alta frente a incertezas políticas e econômicas

Porto Alegre, 27 de março de 2015 – O dólar comercial fechou em alta
superior a 1%, influenciado pela postura cautelosa dos investidores em relação
ao cenário de incertezas políticas no Brasil. Além disso, o dólar foi
influenciado pelo comportamento dos mercados globais, que oscilaram ao longo do
dia.

“Os fatores que fundamentaram o movimento seguem atrelados ao cenário
político local, potencializados pela fraqueza dos indicadores da economia e
pela absoluta falta de perspectivas positivas para o curto prazo”, afirma o
operador de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, em nota.

Para Ovídio Soares, operador da Icap, o investidor tende a assumir uma
postura mais cautelosa com a aproximação do fim de semana e “dificilmente
ficaria vendido”, se protegendo de eventuais novidades negativas que possam
surgir no sábado e no domingo.

“Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o mercado não teve
nenhuma reação. O resultado já era previsto e já estava incluído nesse
cenário de mau humor do dólar”, afirma o operador da Icap.

O PIB brasileiro, que representa a soma de todos os bens e serviços
finais produzidos no País, cresceu apenas 0,1% em 2014 em relação ao ano
anterior, alcançando, em valores correntes, R$ 5,521 trilhões.

Soares ainda destaca que, no exterior, os mercados globais apresentaram
comportamento oscilante hoje, sinalizando uma abertura com viés de queda, mas
ganhando força posteriormente, o que contribuiu para que o dólar acelerasse a
alta por aqui.

Nesse contexto, o dólar comercial fechou em alta de 1,56%, cotado a R$
3,2410 para venda. Na semana, o dólar comercial teve alta de 0,34%. O contrato
com vencimento em abril de 2015 sobe 1,82%, a R$ 3.245,00.

PERSPECTIVA

Para segunda-feira, Soares destaca que a divulgação do Indice Geral de
Preços – Mercado (IGP-M) de março pode interferir no andamento do mercado. “O
IGP-M não costuma influir muito, mas seria ruim se ele viesse alto. Se isso
ocorrer, teremos interferência”, afirma.

No exterior, Soares afirma que o investidor deve acompanhar a situação
da Grécia, que deve entregar a lista de reformas econômicas exigida pelos
países da Zona do Euro. As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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