Porto Alegre, 14 de julho de 2022 – O dólar comercial fechou em alta de
0,51%, cotado a R$ 5,4320. A moeda norte-americana refletiu a forte aversão
global ao risco, com novas dúvidas sobre a recuperação econômica da China e
a expectativa por um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais
duro.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi,
“existe uma confluência de fatores negativos, como a queda das commodities, a
crise imobiliária chinesa e a perspectiva de recessão na Europa”.
Borsoi explica que o aumento dos juros que tem sido executado por diversos
bancos centrais no mundo, faz com que as taxas brasileiras – que até então
eram convidativas – não despertem o mesmo interesse: “Nossa bolsa perdeu
atratividade, especialmente as empresas ligadas às commodities. Além disso,
estamos vendo um aumento do risco país, e os investidores estão buscando
proteção em ativos de menor risco”, elucida.
O Fed mais duro também é um dos fatores que impactam as moedas emergentes,
mas a China voltou a afetá-las negativamente: “A crise imobiliária chinesa
nunca foi totalmente resolvida, e agora a recessão parece também ter chegado
lá”, constata Borsoi.
De acordo com o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “o PPI
veio bem abaixo, e é muito provável que haja uma onda de revisão dos lucros
das empresas, assim como o valor do dólar ao final de 2022 e performance da
bolsa devem ser revistos”.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 1,1% em
junho ante previsão de +0,8%, enquanto o número de novos pedidos de
seguro-desemprego nos Estados Unidos chegou a 244 mil na semana encerrada no
último dia 9 – a projeção era de 235 mil.
Komura acredita que as apostas de +1,0% na próxima reunião do Comitê
Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), no dia 27 deste mês,
aumentaram: “Acredito que com esta inflação e o nível de emprego tão baixo,
o Fed vai ter que ser agressivo. O momento agora exige isso”, analisa.
Para o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “a aversão ao risco
é global com a inflação persistente nos Estados Unidos. As taxas de juros
abriram muito hoje, e isso é preocupante”.
O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), divulgado
ontem, subiu 1,3% em junho ante maio (projeção de +1,1%) e 9,1% no acumulado
dos últimos 12 meses (projeção de +8,8%).
Nagem entende que aumentaram as chances de um Fed mais agressivo, o que faz
com que diminua o fluxo estrangeiro especialmente nos países em
desenvolvimento, além de enfraquecer as moedas dos emergentes.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30