Porto Alegre, 30 de junho de 2022 – O dólar segue em sólida alta. Os
indícios de uma recessão nos Estados Unidos, somados ao descontrole fiscal que
a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do estado de emergência deve
acarretar, impactam a moeda brasileira.
De acordo com o estrategista chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno,
“existe preocupação com uma recessão. O PCE (índice de preços para os
gastos pessoais) aponta uma piora na confiança do consumidor, diminuindo a
intenção de consumo das famílias”.
Rostagno acredita que tais resultados apontam para a continuidade uma
política mais agressiva do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano), o que pode gerar uma desaceleração forçada da economia:
“Isso afeta os países latino-americanos, já que os Estados Unidos são o
principal ou um dos principais – parceiro econômico deles”, explica.
Devido ao fechamento da Ptax – taxa de referência para operações em
moeda estrangeira que são praticadas no Brasil – na manhã de hoje, Rostagno
entende que o impacto da PEC no câmbio pode ser mais bem compreendido no
período da tarde, e enfatiza a tendência que o real aumente seu ritmo de
queda.
O PCE subiu 0,6% em maio na comparação mensal, depois de registrar alta
de 0,2% em abril. Na comparação anual, o índice subiu 6,3% em maio, após uma
alta de 6,3% em abril. O PCE é o indicador usado pelo Fed como referência
para medir a inflação.
O núcleo do PCE, que exclui do cálculo os preços de alimentos e energia,
subiu 0,3% em termos mensais e cresceu 4,7% em termos anuais em maio, após a
alta de 0,3% registrada em abril em base mensal e de 4,9% em base anual.
O presidente do Fed, Jerome Powell, já declarou que a medida preferida do
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) é o núcleo do
índice de preços PCE já que ele exclui de seu cálculo os preços variáveis
de commodity que, no momento, são afetados mais por medidas externas do que
internas, segundo ele.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “mesmo com o
PCE tendo vindo um pouco abaixo da expectativa, não achamos ele bom. Isso
indica que a economia está forte e vai ser difícil controlar a inflação”.
Já no espectro doméstico, Komura entende que a PEC tem impacto negativo:
“Ela está fazendo bastante mercado. Quando existe a possibilidade do estado de
calamidade pública, assina-se um cheque em branco, e isso preocupa”, analisa.
Por volta das 11h56 (horário de Brasília), o dólar comercial subia
0,69%, cotado a R$ 5,2260 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda
norte-americana com vencimento em julho de 2022 avançava 0,90%, cotado a R$
5.235,50. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Pedro Diniz (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
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R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 26/06/2025 13:30