CÂMBIO: Dólar opera em alta com apostas de corte de juros menor nos EUA

Porto Alegre, 19 de julho de 2019 – O dólar comercial opera em alta frente
ao real em busca de recuperação depois de fechar no menor patamar em cinco
meses- a R$ 3,7290 – reagindo às declarações do presidente do Federal Reserve
(Fed, o banco central norte-americano) da unidade Nova York, John Williams,
defendendo uma postura mais agressiva para a política monetária. Porém, à
noite, Willians “corrigiu” a fala alegando ter sido um discurso acadêmico e
não o posicionamento do Fed.

Às 9h52 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,29%
no mercado à vista, cotada a R$ 3,7400 para venda, enquanto no mercado futuro,
o contrato para agosto tinha alta de 0,57%, a R$ 3,7435. Lá fora, o Dollar
Index subia 0,35%, aos 97,137 pontos.

Depois de provocar euforia no mercado que passou a apostar em um corte mais
agressivo na taxa de juros nos Estados Unidos, com aumento considerável nas
apostas de queda de 0,50 ponto percentual (pp) na reunião do Comitê Federal de
Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) no fim do mês, um comunicado do Fed
de Nova York “tirou um pouco do peso” das declarações de Williams alegando
que o discurso se tratava de um debate acadêmico e não um posicionamento em
relação à decisão do Fed, destacam analistas do Bradesco.

A equipe econômica do banco acrescenta que, nesse sentido, as apostas em
torno de 0,50 pp de queda para os juros devem perder força ao longo do dia. De
qualquer forma, eles acreditam que o cenário de afrouxamento monetário ganha
força nas reuniões deste mês e de setembro, apesar da economia dar sinais
ambíguos para o crescimento da atividade, avaliam.

Ainda sobre ontem, o vice-presidente do Fed, Richard Clarida, foi menos
enfático, mas ressaltou que o papel da autoridade monetária é tomar medidas
preventivas antes que os indicadores econômicos fiquem muito ruins, destaca o
economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. “Um corte de 0,25
pp voltou a predominar nas apostas”, diz.

Aqui, investidores seguem atentos às declarações de membros do governo e
do próprio presidente Jair Bolsonaro. Na expectativa de anúncios de
estímulos para a economia local, investidores terão de aguardar até a
próxima semana quando devem ser anunciadas as regras para saques de contas
ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Sobre a
reforma da Previdência, com parlamentares em recesso até agosto, poucas
novidades devem surgir no período. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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