CÂMBIO: Dólar opera em alta de 1%, a R$ 3,9220

Porto Alegre, 18 de setembro de 2015 – Mesmo após a decisão do Federal
Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de manter inalterada a política
monetária, o dólar comercial e as taxas dos contratos de Depósito
Interfinanceiro (DI) sobem com a permanência da aversão ao risco do
investidor, em meio às dúvidas com a execução do ajuste fiscal no Brasil.

A maior percepção de risco leva o investidor a buscar a compra da moeda
norte-americana para se proteger, puxando para cima a cotação da moeda, que
já opera no maior nível desde 22 de outubro de 2002. A pressão inflacionária
esperada com a valorização do dólar se reflete na curva de juros, em que o
investidor demanda maior prêmio pelo risco futuro.

Segundo Cleber Alessie, operador de câmbio da H.Commcor, o alívio que o
Fed trouxe para emergentes ao manter o juro básico nos Estados Unidos entre
zero e 0,25% acaba sendo apagado pelas incertezas políticas e econômicas, com
dificuldades de aprovação das medidas de ajuste fiscal anunciadas essa semana
pelo governo.

“O ajuste fiscal e o pacote anunciado pelo governo acabam esbarrando na
resistência no Congresso. O mercado volta a questionar a possibilidade de
conseguirmos de fato um superávit no ano que vem e de seguir com o ajuste
fiscal. São muitos fatores de risco”, afirma.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de
Câmbio, embora o movimento do dólar esteja em linha com o exterior, o fator
preponderante nos mercados é a situação política. “Não vemos sintonia
entre governo e Congresso, incluindo partidários, para seguir com o ajuste
fiscal. O investidor não vai se expor ao risco nessa situação”, diz.

No momento, o dólar comercial opera em alta de 1%, cotado a R$ 3,9220 na
venda, enquanto os contratos da moeda com vencimento em outubro sobem 0,59%, a
R$ 3.942,00. Os contratos para novembro avançam 1,06%, a R$ 3.968,00. As
informações partem da Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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