Porto Alegre, 16 de março de 2020 – O dólar comercial abriu os negócios
em forte alta, de mais de 3% a R$ 4,98, digerindo mais um corte inesperado do
Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no fim de semana, de 1,0
ponto percentual, o que gera forte estresse e volatilidade nos mercados em meio
à escalada do coronavírus nas principais economias do mundo.
Às 9h50 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 1,96%
no mercado à vista, cotada a R$ 4,9230 para venda, depois de abrir em alta de
R$ 4,9890 (+3,33%). O contrato futuro para abril subia 1,89%, a R$ 4,9250. Lá
fora, o Dollar Index recuava 0,97%, perto dos 97,800 pontos.
Os mercados globais responderam a mais um corte de juros pelo Fed antes da
reunião de política monetária deste mês de forma bastante negativa. O
mercado acionário acumula mais uma sessão de fortes perdas, assim como os
títulos de dívidas do governo norte-americano (treasuries) e na esteira, o
preço do barril de petróleo cai mais de 8%.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a decisão do Fed
em cortar os juros para a faixa entre 0% a 0,25%, a dois dias da reunião da
autoridade monetária, “soou o alarme de pânico”, diz.
“No ponto de vista dos investidores, a autoridade monetária possui aquele
diferencial de informações que o divide do restante de nós, ‘reles
mortais’, e ao se mostrar totalmente inseguro com o ferramental que possui, a
reação geral é natural, como demonstrado na abertura dos negócios”,
avalia.
O economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, acrescenta que o
Fed está “tentando reagir” à uma crise que a política monetária tem muito
pouco o que fazer. “Cortar os juros agora só aumenta a volatilidade ao jogar
mais dinheiro na mesa de uma economia que precisa de respostas objetivas e
diretas, não de maneira difusa como é o efeito esperado da política
monetária. A hora é de políticas fiscais, não de afrouxamento monetário”,
ressalta.
Já os analistas do Bradesco destacam a ação coordenada de bancos
centrais das principais economias do mundo, incluindo regiões em que não houve
relaxamento das condições de política monetária, como no Japão e na zona
do Euro.
“Uma série de medidas para injeção de liquidez foram anunciadas. De
fato, a paralisação temporária das atividades em vários países por conta da
disseminação do vírus deve afetar o crescimento da economia global neste
semestre, sendo esse esforço global, portanto, importante para a suavização
dos impactos econômicos da pandemia”, comentam. Com informações da Agência
CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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