CÂMBIO: Dólar opera em alta, descolado do exterior, antes de feriado

Porto Alegre, 1 de abril de 2021 – O dólar comercial opera em alta frente
ao real, após oscilar com sinal negativo na abertura do primeiro pregão de
abril, em movimento descolado do exterior, onde a divisa perde valor para boa
parte de seus pares e da maioria das moedas de países emergentes após o
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentar um novo pacote de
estímulos, agora para a infraestrutura, de US$ 2,0 trilhões. Aqui, com o forte
recuo de ontem, há viés de correção e busca por proteção na véspera do
feriado de Páscoa.

Às 9h56 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,69%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,6680 para venda, enquanto o contrato futuro
com vencimento em maio subia 0,58%, a R$ 5,6760. Lá fora, o Dollar Index caía
0,12%, aos 93,124 pontos.

Lá fora, o mercado reverbera o estímulo anunciado ontem por Biden, no
qual propõe ao Congresso norte-americano aprovar o pacote de cerca de US$ 2,0
trilhões em investimentos em infraestrutura, além do aumento de impostos para
financiar as despesas com a pandemia de covid-19.

“O pacote mal foi assimilado por investidores e já enfrenta resistências
no Congresso, especialmente pelos republicanos, que não apoiam a elevação do
imposto corporativo como forma de subsidiar o plano de Biden. De todo modo, o
pacote em si é uma injeção de ânimo na economia norte-americana, mesmo que
possa demorar meses para ser aprovado”, avalia o operador da corretora Commcor,
Cleber Alessie.

Aqui, o dólar fechou o primeiro trimestre do ano com forte valorização
de 8,48% diante o aumento das incertezas fiscais, ao “criar uma monstruosidade
de Orçamento de 2021”, segundo o economista-chefe da Infinity Asset, Jason
Vieira, além da elevação da taxa básica de juros (Selic) e o descontrole da
pandemia de covid-19 no país.

Vieira reforça que o novo trimestre começa com temor, já que “pouco
ainda se fez” para alterar tal cenário, tanto da pandemia quanto do fiscal,
por parte dos políticos e com as reformas nem sequer aparecendo no escopo do
Congresso. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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