CÂMBIO: Dólar opera em queda ante o real e testa nível de R$ 3,05

Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2017 – Após oscilar entre altas e baixas
ante o real, o dólar retomou a tendência de queda e voltou a testar o nível
de R$ 3,05. O movimento é influenciado pelo cenário externo, onde os
investidores ainda digerem a ata da primeira reunião de 2017 do Federal
Reserve. A taxa de juros no Brasil também contribui para manter a moeda
norte-americana desvalorizada, apesar da trajetória de queda da Selic.

Às 11h40, o dólar comercial caía 0,19%, cotado a R$ 3,0650, depois de
cair até R$ 3,0550 (-0,52%), na cotação mínima do dia, enquanto o dólar
futuro para março recuava 0,13%, valendo R$ 3,0645. No exterior, o dólar perde
terreno ante uma cesta de moedas e também em relação a divisas emergentes.

O operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, avalia
que mesmo com o Fed dando sinais de que pode efetivamente elevar os juros em
março, ainda há incertezas sobre os efeitos da política econômica do
governoTrump. “O Fed deixou a porta aberta para um aumento dos juros no mês
que vem, mas o mercado acredita ser mais provável uma nova elevação em maio
ou em junho”, diz.

Porém, um operador sênior de uma corretora estrangeira observa que essa
leitura pode mudar a partir da divulgação do relatório oficial do mercado de
trabalho (payroll), na semana que vem. Enquanto isso, os investidores mantêm a
tendência do dólar rumo à marca de R$ 3,00, emenda.

Para ele, além de o mercado achar que o Fed não irá subir o juro em
março, a queda de 0,75 ponto percentual (pp) na Selic ontem ajuda a manter o
otimismo nos negócios locais. “O rendimento dos juros reais no Brasil ainda
são atrativos”, explica. Levantamento da Infinity Asset mostra que o país
segue como o maior pagador de juro real do mundo, com taxa de 7,30%,
considerando-se a inflação projetada em 12 meses. As informações partem da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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